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Max von Sydow: o gigante escandinavo do cinema

O ator morreu no domingo 8, aos 90 anos, de causa não revelada, na França

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 mar 2020, 10h05 - Publicado em 13 mar 2020, 06h00

Em sua última conversa com o diretor Ingmar Bergman (1918-2007), o ator Max von Sydow ouviu do amigo e parceiro de longa data no cinema: “Max, você foi o primeiro e o melhor Stradivarius que eu já tive nas mãos”. A comparação com o mais cobiçado dos violinos carrega uma verdade: é difícil falar de Von Sydow sem lembrar de sua comunhão artística com Bergman. A dupla sueca se conheceu no teatro em 1955. A rápida simbiose entre eles culminou no belíssimo filme O Sétimo Selo (1957). Na obra-prima do cineasta, o ator interpreta Antonius, um cavaleiro das Cruzadas que retorna a seu país e o encontra tomado pela peste negra.

Com imponente 1,93 metro, rosto de traços salientes e olhar penetrante, Von Sydow emprestou seu porte e talento ao protagonista, ora atuando com leveza e humor, ora com sobriedade. Na cena mais emblemática, Antonius joga xadrez com a Morte (interpretada por Bengt Ekerot).

A vasta parceria entre diretor e ator teve outro marco, o intenso A Fonte da Donzela (1960), em que Von Sydow é um pai sedento de vingança pelo assassinato da filha. A partir dali, o gigante escandinavo passou a ser cortejado por grandes estúdios. Mas não gostou da abordagem: chegou até a recusar o papel do vilão em 007 contra o Satânico Dr. No (1962). “Por anos, Hollywood só me convidou para interpretar vilões ou personagens bíblicos”, disse. Foi com um papel sagrado, aliás, que os americanos quebraram a resistência. No épico A Maior História de Todos os Tempos (1965), Von Sydow entregou uma das melhores versões cinematográficas de Jesus. Foi, porém, outro personagem religioso, o padre Merrin, de O Exorcista (1973), que lhe conferiu apelo pop.

Sua prolífica carreira transitou entre esses dois mundos, rendendo-lhe duas indicações ao Oscar: uma pelo sueco Pelle, o Conquistador, de 1987, e a outra pelo hollywoodiano Tão Forte e Tão Perto, de 2011. Idoso, fez participações de luxo em superproduções como Star Wars. Na TV, esteve em Os Simpsons e Game of Thrones. Ele morreu no domingo 8, aos 90 anos, de causa não revelada, na França.

Publicado em VEJA de 18 de março de 2020, edição nº 2678

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