Sydney (Austrália), 3 fev (EFE).- O Alto Tribunal da cidade neozelandesa de Auckland negou novamente nesta sexta-feira a liberdade condicional ao fundador do site de downloads Megaupload, Kim Schmitz, mais conhecido pelo apelido Dotcom, cuja extradição é requisitada pelos Estados Unidos por suposta pirataria virtual.
Segundo a televisão neozelandesa, Dotcom compareceu nesta sexta-feira ao Alto Tribunal da cidade de Auckland para apelar contra a decisão de um juiz do tribunal do distrito de North Shore, que negou na semana passada seu pedido de liberdade condicional por considerar que existia um grande risco de fuga.
O alemão, de 38 anos, deverá permanecer preso até 22 de fevereiro, data prevista para a audiência sobre sua extradição.
Em sua decisão, o magistrado Raynor Asher enfatizou que não há nada que prenda Dotcom na Nova Zelândia, à exceção de sua motivação por lutar contra as acusações apresentadas e tentar recuperar seus ativos, informou a agência neozelandesa ‘APNZ’.
O juiz indicou também que existe a possibilidade de o FBI não ter congelado todas as contas bancárias do multimilionário alemão, pelo que o acusado teria meios para fugir da Nova Zelândia.
Durante a audiência, Dotcom assegurou que pretende ficar na Nova Zelândia para ‘brigar’ e ‘recuperar’ seu ‘dinheiro’.
‘O que eu faria na Alemanha com cinco crianças, uma esposa e sem dinheiro?’, disse Dotcom durante a audiência, na qual o juiz lhe deu a palavra várias vezes.
O alemão foi detido em 20 de janeiro em sua mansão nos arredores da cidade de Auckland, junto a três diretores do Megaupload, em uma operação internacional que incluiu o fechamento de seu site, o congelamento de suas contas e a detenção na Europa de dois supostos cúmplices.
Desde então, Dotcom requisitou a liberdade condicional em duas ocasiões para enfrentar o processo de extradição requerido pelos Estados Unidos, cuja Justiça o acusa de vários delitos.
As autoridades americanas consideram que o Megaupload provocou perdas de mais de US$ 500 milhões à indústria do cinema e da música ao transgredir os direitos de propriedade intelectual de companhias e obter com isso um lucro de US$ 175 milhões. EFE