Império Serrano, São Clemente, Vila Isabel, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio, Mangueira e Mocidade Independente de Padre Miguel passaram pela Sapucaí
Por Da redação
Atualizado em 12 fev 2018, 22h47 - Publicado em 11 fev 2018, 21h55
O Carnaval do Rio de Janeiro começou na noite deste domingo com luzes, tensão e política – muita política. Um dos destaques da noite, a Mangueira arrebatou o público da Sapucaí com um desfile belo e combativo. A escola trouxe um protesto para a avenida e ironizou os cortes promovidos pelo prefeito Marcelo Crivella na folia com o enredo “Com dinheiro ou sem, eu brinco”.
Outra a misturar samba com política foi a Paraíso do Tuiuti, que surpreendeu com alegorias ácidas contra o governo Michel Temer. Ao falar da escravidão no Brasil, a agremiação criticou a reforma trabalhista, satirizou o presidente com um vampiro vestindo faixa verde e amarela e debochou dos manifestantes que pediram o impeachment de Dilma Rousseff.
A maior tensão da noite aconteceu no desfile da Grande Rio, que teve com atração o retorno de Juliana Paes como rainha de bateria após dez anos. Um dos carros da escola quebrou no início da avenida e precisou ser rebocado, desfalcando a agremiação e prejudicando a harmonia e a evolução do desfile.
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Confira como foram os desfiles
A Império Serrano inaugurou os desfiles deste domingo na Sapucaí. A escola de samba da Serrinha, em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, retornou ao Grupo Especial após passar oito anos sem desfilar no pelotão de elite. O enredo falava da China, mas as homenagens foram para o sambista Arlindo Cruz, torcedor ilustre da Império que se recupera de um AVC.
A São Clemente foi a segunda a desfilar na noite de Carnaval no Rio. A escola do bairro de Botafogo fez um passeio pelos duzentos anos da Escola de Belas Artes, desde a missão artística dos anos 1800 de Jean-Baptiste Debret até o Carnaval atual.
Terceira na avenida, a Unidos de Vila Isabelfez uma retrospectiva das grandes invenções do homem com o samba-enredo Corra Que o Futuro Vem Aí. Santos Dumont, Albert Einstein e Thomas Edson foram alguns dos homenageados.
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O capricho tecnológico e a abundância de luzes marcou a passagem da escola pela Sapucaí. Sob o comando do carnavalesco Paulo de Barros, a escola usou a tecnologia LED na saia da porta-bandeira e em discos que, manejados pela comissão de frente, formavam a palavra “Vila”. Sabrina Sato foi a rainha de bateria.
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Com enredo sobre escravidão, a Paraíso do Tuiuti misturou samba e política. A escola foi a quarta a entrar na Sapucaí e trouxe uma sátira a Michel Temer com um presidente-vampiro em um de seus carros alegóricos.
A Grande Rio fez uma homenagem a Chacrinha em seu desfile, trazendo uma retrospectiva das contribuições do comunicador para a televisão e para o rádio. Stepan Nercessian encarnou o velho guerreiro, enquanto Juliana Paes brilhou como rainha de bateria.
A escola, porém, teve dificuldades. Um dos carros quebrou e sequer entrou na avenida. A alegoria precisou ser rebocada e o problema atrasou a agremiação, que estourou o tempo do desfile em cinco minutos, além de ter deixado um buraco que atrapalhou a evolução.
Sexta escola da noite, a Mangueira fez um desfile-protesto contra o prefeito Marcelo Crivella. O enredo Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco ironizou o corte de verbas para a folia promovido pela Prefeitura. O “homenageado”, porém, não estava na Sapucaí. Crivella viajou neste domingo para a Europa.
A Mocidade Independente de Padre Miguel, atual campeã, junto com a Portela, foi a última na avenida e destacou aspectos da cultura indiana. A escola mesclou divindades como Ganesha, Shiva e outras ao misticismo brasileiro, e estava opulenta e bastante fiel ao seu verde tradicional. O carnavalesco Alexandre Louzada também aproximou a vaca sagrada aos bois do Festival de Parintins. A plateia acompanhou a escola até o dia raiar, embalado por seu lindo samba-enredo.
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