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Império da Tijuca é favorito na Série A do Carnaval do Rio

Viradouro, Santa Cruz, Rocinha, Cubango e Estácio de Sá fizeram apresentações mais consistentes na categoria. Império Serrano apresentou desfile frio e com falhas técnicas

Por Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
10 fev 2013, 11h49

O Império da Tijuca já pisou na Marquês de Sapucaí com uma vantagem significativa sobre as rivais: o melhor samba-enredo da Série A. Para complicar ainda mais a vida da concorrência, a escola surpreendeu tecnicamente, trouxe ótimas fantasias e alegorias e impõe-se como favorita ao título. No segundo pelotão, aparecem Viradouro, Santa Cruz, Rocinha, Cubango e Estácio de Sá. O Império Serrano apresentou um carnaval interessante, porém frio e com falhas técnicas.

Um sofisticado conjunto de alegorias, fantasias bem desenhadas e acabadas, bateria afiada, comissão de frente impactante e competência do casal de mestre-sala e porta-bandeira. Assim, pode ser resumido o desfile do Império da Tijuca. O carnavalesco Junior Pernambucano, revelado na folia de Três Rios (RJ) e estreante na festa carioca, acertou a mão com o enredo Negra, Pérola mulher, uma homenagem às mulheres negras. De fácil entendimento, o tema se beneficia da simpatia dos sambistas – componentes e público.

Coreografada por Junior Scapin, a comissão de frente do Império da Tijuca, foi um dos destaques da noite. Na encenação, 14 feiticeiras reproduziam um culto africano da fertilidade, contagiando os espectadores.

Destaques – A Cubango voltou a apresentar um desfile impactante e competitivo, dando sequência ao trabalho dos últimos anos. Para levar o enredo Teimosias da Imaginação para a avenida, o investimento foi pesado e, talvez, até exagerado, de certa forma. Com a redução do tempo máximo de desfile para 55 minutos, de acordo com o novo regulamento, a escola veio grande demais. Além de apresentar quatro carros alegóricos (número máximo), a agremiação ainda trouxe três tripés e um número de componentes visivelmente acima da média das demais escolas.

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O resultado foi a pressa na hora de cruzar a Marquês de Sapucaí, o que prejudica a qualidade da evolução dos componentes. Para piorar, a segunda alegoria enguiçou no meio da pista. A pressa era tanta que a direção sequer titubeou e rapidamente decidiu que as alas subsequentes deveriam ultrapassar a alegoria empacada. A manobra evitou a abertura de um buraco, o que ocasionaria perda de pontos em Evolução e, talvez, em Conjunto. De qualquer forma, a escola corre risco de ser punida pelos julgadores de Enredo, pois a ordem dos elementos do desfile foi alterada.

Um dos desfiles mais aguardados da Série A em 2013 era o do Império Serrano, escola tradicionalíssima, que tenta se recuperar para voltar ao Grupo Especial. O enredo sobre Caxambú (MG) acabou convertido numa ode à água. O desvio na narrativa é justificável dada a existência do Parque das Águas na cidade e suas conhecidas fontes de água mineral. A solução de fugir da homenagem gratuita a um município patrocinador foi interessante, mas resultou numa apresentação tediosa tanto para os componentes quanto para o público. Um conjunto de alegorias apenas razoável e falhas no quesito Evolução devem tirar pontos preciosos da escola.

Se faltou luxo para brigar pelo título, a Caprichosos de Pilares apostou na ousadia e na irreverência para deixar sua marca nesse Carnaval. Com um enredo sobre fanatismo, a azul-e-branca divertiu o público com a empolgação dos seus componentes e com fantasias engraçadas, como a que usou um bumbm como adereço de cabeça para representar os ninfomaníacos.

Já a Unidos de Padre Miguel foi uma grata surpresa. Oriunda do antigo Grupo B, o segundo abaixo do Especial, a escola apresentou um excelente desfile inspirado nos orixás, mesmo debaixo de chuva. As alegorias e suas esculturas foram o grande destaque, enquanto o ponto fraco ficou por conta dos buracos que as escola abria cada vez que o casal de mestre-sala e porta-bandeira parava para se apresentar aos módulos de julgadores. Certamente, a escola deve ser prejudicada no quesito Evolução.

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Primeira da noite, a União de Jacarepaguá fez bonito no desfile que contou a história do município de Vassouras, partindo da era do café. Apesar da falta de luxo, as alegorias e fantasias desenvolvidas pelo carnavalesco Jorge Caribé serviram muito bem ao enredo. O samba funcionou na avenida, com as alas cantando com empolgação.

Já a Paraíso do Tuiuti apostou num enredo sobre o hmorista Chico Anysio para cativar o público. Um desenvolvimento confuso, que privilegiou aspectos menos conhecidos do homenageado, acabou frustrando os planos da escola.

A Tradição reeditou o enredo da Portela de 1981, “Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite”. Apesar do belo samba, a escola pecou sobretudo no visual, com evidentes falhas de acabamento nas alegorias.

A Sereno de Campo Grande fez um desfile mediano, apesar de todas as dificuldades comuns para uma escola vinda do Grupo B. A comissão de frente e as fastasias foram os destaques do seu desfile.

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Última escola da Série A a pisar na Avenida, a Renascer de Jacarepaguá deixou a desejar para quem acaba de chegar do Grupo Especial. Uma homenagem ao Rio de Janeiro, o desfile foi desenvolvido por uma comissão de carnaval que inclui Paulo Barros, o carnavalesco da moda. Mesmo assim, o que se viu estava bem abaixo dos impressionantes trabalhos de Barros na Unidos da Tijuca. O único traço evidente da participação dele na concepção do desfile foram as alegorias humanas, sua marca registrada.

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