Entre o engraçado e o freak, os bonecos trolls foram sucesso nos anos 1980 e 90, com seu visual pelado e cabelos coloridos eternamente arrepiados. Os brinquedos serviram de inspiração para a nova animação da Dreamworks, Trolls, em cartaz no Brasil. Com Anna Kendrick e Justin Timberlake na versão original em inglês, o desenho é um delicioso musical, repleto de hits que o público conhece — principalmente os adultos, que cairão em uma dupla sensação de nostalgia, entre trilha sonora e brinquedos da infância.
Apesar do poder de ativar a memória afetiva dos mais velhos, Trolls é um filme voltado para o público infantil. Seu roteiro se mantém dentro da clássica historinha com uma moral no final. Detalhe que não estraga o longa como um todo.
Trolls conta a história da vila dos trolls (óbvio), pequenos seres irritantemente alegres, que adoram cantar, dançar, se abraçar, e festejar, e usam seus poderosos cabelos coloridos para fazer as mais diversas peripécias. Depois de escaparem dos terríveis berguens, que gostam de comê-los para se sentirem felizes, os gnominhos vivem escondidos na floresta. Tudo vai bem, até o dia em que a princesa Poppy (Anna Kendrick) resolve dar uma mega festa, que os revela para a chef de cozinha dos vilões. Todos os amigos da monarca são levados para o castelo e ela pede ajuda para o outsider da vila, Tronco (Justin Timberlake), o troll cinza, que não canta, para salvar todos.
O desenho possui um visual bem vibrante e encantador. O cenário e os personagens são feitos em computação gráfica com diferentes texturas de tecido. O 3D não é exagerado, poucas coisas são atiradas em direção à plateia (ufa!).
Além de Timberlake, outros artistas pop estão no elenco original do filme, como Gwen Stefani e o duo Icona Pop. A trilha do filme também é produzida pelo protagonista e por Max Martin, que já trabalhou com praticamente todos os artistas pop da atualidade, como Katy Perry, Britney Spears e Taylor Swift. O trabalho da equipe musical foi bem realizado. São justamente as canções da animação que conquistam a plateia. Todo o roteiro é costurado com a ajuda de faixas originais e outras muito conhecidas, como Hello, de Lionel Richie, Total Eclipse of the Heart, de Bonnie Tyler, True Colors, de Cyndi Lauper, e September, de Earth, Wind & Fire.
Por causa da coletânea de clássicos, a versão legendada da animação oferece um resultado mais saboroso. O filme dublado também diverte, mas as letras das músicas são traduzidas. Como a melodia de praticamente todas é de fácil reconhecimento, fica difícil não querer acompanhar os personagens, mas cantando os versos originais.
Apenas três canções são apresentadas em inglês na versão nacional: o clássico folk The Sound of Silence, do Simon e Garfunkel (graças ao status de meme do primeiro verso “Hello darkness my old friend”); They Don’t Know, da Ariana Grande; e Can’t Stop the Feeling!, do próprio Justin Timberlake, feita exclusivamente para o filme e que se tornou hit mundial neste ano. Abaixo, o site de VEJA preparou uma playlist especial para aqueles que querem um esquenta para o filme — ou continuar a cantar depois do cinema.