Ilustrador Benício morre no Rio de Janeiro, aos 84 anos
Artista gaúcho era conhecido por seus desenhos de pin-ups e cartazes de filmes brasileiros
Conhecido por seus desenhos de pin-ups e cartazes de filmes brasileiros, o ilustrador gaúcho José Luiz Benício morreu, aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Os familiares do artista publicaram uma nota de pesar no perfil dele no Facebook. A causa da morte não foi revelada. O sepultamento de nosso amado pai será na quarta, 8, no prédio do Memorial do Carmo, às 15 horas, com velório a partir do meio-dia.
Benício, como assinava e era conhecido, começou carreira na publicidade aos 15 anos, trabalhando primeiro em agências do Rio Grande do Sul e, depois, nas grandes empresas da área no Rio de Janeiro. Influenciado por Norman Rockwell e Vargas, ele se especializou em retratar tanto cenas do cotidiano quanto mulheres voluptuosas.
Nos anos 60, Benício desenhou as capas de centenas de romances pulp da Editora Monterrey, normalmente mulheres voluptuosas protagonistas de tórridas aventuras de espionagem – muitas delas criadas pelo jornalista David Nasser.
Nos anos 70, voltou-se para os cartazes de filmes brasileiros, entre os quais se destacam os de “Super Fêmea”, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e vários dos Trapalhões. É desta época, também, o cartaz de “Independência ou Morte”, com Tarcísio Meira no papel de Dom Pedro I. Benício considerava um de seus melhores trabalhos porque o ator se dispôs a posar para ele.
Nos anos 90, com mais de 50 anos de carreira, passou a ilustrar projetos de arquitetura e trabalhar por encomenda para as revistas Veja, Playboy e Isto É, entre outras.
Em 2011, Benício moveu uma ação contra o músico alemão Morlockk Dilemma, que fez uso de uma pintura do brasileiro em um disco seu. O trabalho realizado para o álbum Amar pra Viver ou Morrer de Amor, de Erasmo Carlos, foi transplantado para a capa de Circus Maximus, de Dilemma. O disco com a capa plagiada foi retirado de circulação.