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Humor satírico de ‘Hermes e Renato’, enfim, volta à TV

Grupo de humor inspirado em Monty Python e Os Trapalhões estreia na noite desta quinta no canal pago FX

Por Daniel Dieb
19 nov 2015, 16h06

Sem contar com as facilidades de gravação e edição de vídeo dos dias de hoje, proporcionadas pela internet e pelo surgimento de aparelhos como os smartphones, o grupo de humor Hermes e Renato surgiu em Petrópolis, no Rio de Janeiro, no final da década de 1990, com vídeos produzidos na base do “faça você mesmo”, nos quais a falta de dinheiro e a baixa qualidade de produção eram compensadas pela enorme criatividade e pela verve sarcástica dos integrantes. Em 2000, eles entraram para a grade da MTV Brasil e logo se popularizaram junto ao público jovem do canal, graças em grande parte a personagens como Joselito sem Noção e Boça, uma paródia por vezes agressiva dos paulistas. Para Marco Antonio, que dá vida ao Hermes, o contexto em que eles apareceram colaborou para o sucesso. “A gente surgiu em uma época em que a televisão estava carente, não tinha ninguém que representasse o jovem no humor. Estávamos no lugar certo, na hora certa.”

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Agora, quase quinze anos depois da estreia e um após a perda de um dos integrantes do grupo, Fausto Fanti, que se matou em julho de 2014, aos 35 anos, Hermes e Renato retorna à TV no canal pago FX, às 22h desta quinta. Para Adriano Pereira, o Joselito, eles mudaram e hoje tomam mais cuidado com a produção. “A diferença é que, além de atuar e escrever, a gente agora participa da edição, do processo inteiro, até a hora de o programa ir ao ar. Então, temos mais responsabilidade.”

A formação original do grupo também se alterou nos últimos anos. Continuam Marco Antônio, Adriano Pereira (Joselito sem Noção) e Felipe Torres (Boça), mas saíram Bruno Sutter, que quis se dedicar à música, e entrou Franco Fanti, irmão de Fausto, que tinha a função, segundo os colegas, de direcionar as ideias dos demais. “Ele sacava o que ia funcionar ou não antes de fazer”, diz Felipe Torres, que dá vida ao Boça. Marco Antonio concorda. Para ele, Fausto era o “catalizador criativo” do grupo.

Fausto está presente, de certa forma, no novo programa. Segundo Franco, o irmão “escreveu todos os roteiros e atuou no episódio piloto”. A depressão, que o levou ao suicídio, foi camuflada pela timidez do humorista. “Quando a pessoa deprimida é muito fechada, como era meu irmão, é difícil perceber as mudanças de comportamento.”

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No conteúdo, a sátira dos programas e formatos televisivos brasileiros continua a ser o principal mote de Hermes e Renato. “Tem uns esquetes mais surreais, de situação e de programas musicais”, diz Torres, que deu vida a Charlinho no fictício Jornal Jornal, quadro inspirado nas reportagens de telejornais e que fez parte do programa do grupo na MTV. Torres, porém, falou que ele mesmo enfrentou as dificuldades de seu personagem, um garoto “aguerrido” que “andava 200 quilômetros a pé e descalço em uma estrada cheia de cacos de vidros só para estudar”, como diz a narração de Fausto no quadro. “Eu mesmo era um tipo de Charlinho, pegava carona com o cara da moto que levava o resultado do jogo do bicho para onde eu morava”, conta, aos risos.

Boça, outra criação de Torres, irá retornar com um quadro de recordes e curiosidades chamado “Acredite, por Favor”. Já a continuação da telenovela Sinhá Boça, sucesso na época da MTV, não está nos planos por ora. “A gente pensa em fazer uma espécie de série para a próxima temporada.” Os projetos do grupo incluem uma peça de teatro, cujo texto Marco Antonio descreveu como “megalomaníaco, uma mistura dos shows do Pink Floyd com U2”. E cinema. “Acho que falta dar a nossa cara, o nosso humor para o cinema brasileiro”, falou Franco. A ideia, contudo, ainda está distante de se tornar real. “Mas não começamos a fazer o roteiro. Vai ser algo completamente novo”, completou Torres.

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