Filme é banido da Rússia por retratar o país como ‘sub-humano’
O ministro da cultura russo Vladimir Medinsky pediu que o povo 'não sucumba ao retrato feito pelo Ocidente'
A Rússia baniu dos cinemas o filme Crimes Ocultos, do sueco Daniel Espinosa, por “distorcer fatos históricos” sobre a União Soviética, segundo o ministro da cultura russo, Vladimir Medinsky. O lançamento estava programa para sexta-feira, mas foi cancelado. Medinsky que mostrou ser conhecedor da obra de J. R. R. Tolkien, ao comparar Crimes Ocultos a O Senhor dos Anéis. “Os soviéticos são apresentados como sub-humanos física e moralmente, uma grande massa de orcs e ghouls, o que caracteriza a Rússia não como um país, mas como Mordor”, disse em comunicado publicado no site do Ministério da Cultura russo, citando uma região sombria da Terra Média, local onde se passam as sagas de Tolkien.
LEIA TAMBÉM:
Índia proíbe a exibição de ‘Cinquenta Tons de Cinza’
Até Putin admite: ‘foi um erro’ impor o comunismo na Europa
‘O Hobbit’ pode ser última adaptação de Tolkien, diz diretor
“É assim que nosso país – o mesmo que foi vitorioso na Grande Guerra Patriótica, tornou-se líder mundial e colocou o primeiro homem no espaço – é retratado”, continuou Medinsky. Grande Guerra Patriótica é como os russos chamam a II Guerra Mundial.
Crimes Ocultos conta Tom Hardy (A Origem), Gary Oldman (Batman Begins) e Noomi Rapace (Prometheus). A trama é sobre um policial militar soviético que investiga uma série de assassinatos de crianças durante o comando de Stalin na União Soviética.
Irritado com o que considera uma afronta contra a Rússia, Medinsky deixou claro que a exibição do filme não será permitida em momento algum, e pediu aos russos que “não sucumbam ao retrato negativo da Rússia feita pelo Ocidente”. A Central Partnership, distribuidora de Crimes Ocultos no país, fez alterações no longa, mas não foram suficientes para agradar o ministro. Para piorar a paranoia do ministro russo, a data de lançamento do longa é próxima ao 70º aniversário da vitória dos soviéticos sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, comemorada no dia 9 de maio.
Alexander Rodnyansky, produtor de Leviatã (2014), indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e esnobado dentro da Rússia, por criticar o país, denunciou a censura em entrevista à agência de notícias RBC. “Está claro agora que, se um filme é sobre história, ele deve seguir algumas coordenadas”, disse.
O lançamento do filme no Brasil será nesta quinta-feira.
https://youtube.com/watch?v=DVbWvNCxWsU
Tom pastoral de Marcos Mion destoa da crítica de Madonna no palco
Temer é consultado sobre manobra que livraria Bolsonaro de eventual prisão
Madonna esconde rótulo de cerveja, joga garrafa e patrocinador vira meme
Madonna: participação ‘muda’ de Anitta teve motivo prévio
A razão de William Bonner usar avião da FAB para ir ao Rio Grande do Sul
