*Atenção: o texto abaixo contém spoilers (informações sobre o que se passou no episódio)
Gravidez no pedaço, missão impossível de guerreiros renegados, despedida entre Daenerys (Emilia Clarke) e Jon Snow (Kit Harington), irmãs em conflito, o retorno do bastardo e churrasquinho do pai do Sam (John Bradley) — bem feito, aliás. O episódio deste domingo de Game of Thrones foi morno em termos de ação, mas sob medida para esticar a tensão da trama.
Mas vamos ao que importa: Jaime Lannister (Nikolaj Coster-Waldau) sobreviveu ao bafo do dragão. Como todos já sabiam, o peso da armadura e a falta de uma mão não prejudicaram a sua habilidade de nadar em rios profundos. Mais uma vez, ele foi salvo por Bronn (Jerome Flynn), que perdeu todo o ouro que ganhou enquanto fugia de um guerreiro dothraki. Sabem como é: dinheiro compra tudo, até amizade verdadeira.
O desenvolvimento de Jaime como personagem é interessante. Sua jornada de fidelidade canina a Cersei (Lena Headey) parece estar chegando ao fim. Do homem cruel que empurrou um menino de 10 anos pela janela no primeiro episódio da série, passando a amigo de Brienne (Gwendoline Christie), até chegar ao reencontro com o irmão sem parti-lo em dois. Algo parece estar mudando dentro dele. Porém, Cersei disse que está grávida — ele quis saber, “Mas é meu, mesmo?” — e ter filhos é uma daquelas coisas que pode mudar um homem. Ou não.
Cersei, a pessoa mais autoconfiante de todos os sete reinos, deu letra durante o abraço terno com o irmão-amante: “Nunca mais me traia”. Mas tem outro ponto que vai gerar um conflito moral: ela pediu uma punição a Bronn por ter intermediado o encontro com Tyrion (Peter Dinklage). Parece que Jaime vai ser obrigado a trair alguém: ou o amigo ou a amante.
E a doce Daenerys, está se mostrando a herdeira do Rei Louco? Executar o pai e o irmão de Sam por eles se recusarem a se ajoelhar mostra tendências autoritárias da moça ou não havia mesmo opção? Em parte, sir Tarly teve o que mereceu. Não se ajoelhou e não rezou a nova cartilha do poder — virou carvão.
Além disso, o flerte de Dani com Jon Snow parece estar bem encaminhado. Ela não quis deixá-lo partir para mais uma missão suicida. Ele ficou todo tímido, sem jeito, com o olhar de bom moço acanhado. E, nós não somos moralistas, claro, mas convém lembrar que Daenerys é tia dele. O reencontro da mãe dos dragões com sir Jorah (Iain Glen), o traíra que virou ponta-firme, foi breve. Ao que parece, a relação entre eles nunca vai se consumar.
Arya x Sansa
Adiante: Arya (Maisie Williams) e Sansa (Sophie Turner). Tivemos várias pistas do futuro; nada, porém, que seja conclusivo. A jornada das duas é um dos pontos altos da série. Mas uma fez a jornada da guerreira e a outra, a da política. O ponto é saber se Arya vai cair mesmo nos jogos do Mindinho (Aidan Gillen). Para quem não lembra, aquele bilhete que a jovem Stark leu é uma sujeição forçada a Joffrey que Sansa foi obrigada a escrever por Cersei. Como o pai, Arya é uma guerreira e parece pouco afeita às artes da diplomacia. A nota apareceu só de relance no episódio de domingo, mas os fãs descobriram seu conteúdo: ela basicamente pedia para que os Stark se rendessem da guerra. Assim, Joffrey, então rei, perdoaria a “traição” deles. Como ela não sabe do contexto político no qual Sansa enviou a nota, então deve acreditar que sua irmã está traindo os Stark.
Mas cabe a pergunta: com todo treinamento que ela teve, com máscaras, invisibilidade e tal e coisa, como o Mindinho percebeu que estava sendo espionado? Bom, “o caos é a escada” como ele gosta de dizer. Ele trama um conflito em duas frentes: Sansa x Arya e Sansa x Jon Snow. Nada está claro por enquanto, mas está na hora de ele pagar pelos crimes cometidos.
Por fim: ainda bem que Jon Snow encontrou mais uma trupe de grandes guerreiros no momento em que chegou à muralha do norte. Todos meio renegados, mas cada um com um grande talento — tem até uma espada de fogo! Todos prontos para salvar o mundo em uma missão suicida. Essa tarefa de captura de um White Walker está com cara de Bastardos Inglórios versão Gelo. O Cão (Rory McCann) deve morrer nessa aventura. Já está claro que se tornou um personagem em busca de redenção.
As grandes perguntas que ficaram do episódio são muitas. Jaime vai trair quem: Cersei ou Bronn? Quantos do grupo da missão impossível vão sobreviver? Arya vai bancar a amadora da política como o pai? Qual a melhor maneira de matar traidores? E a mais importante de todas: como se transporta um morto-vivo por quilômetros e quilômetros de distância?