Entidade pede volta imediata dos shows no Brasil com público vacinado
Em manifesto, Abrape defende o retorno de eventos com a compra do ingresso condicionada à apresentação do comprovante de esquema vacinal completo
A Abrape (Associação Brasileira de Promotores de Eventos) divulgou nesta segunda-feira, 20, um manifesto em que exige a retomada imediata dos shows, eventos de cultura e entretenimento do país, sem restrições, desde que o público apresente o comprovante do esquema vacinal completo, ou seja, as duas doses ou a dose única (no caso da Janssen). O texto indica um cansaço dos empresários e profissionais do setor. Eles afirmam que o tamanho do prejuízo chegou a um ponto em que poderá ser impossível retornar a curto prazo aos patamares dos anos pré-pandemia.
No manifesto, a entidade diz ainda estar indignada com as atuais restrições, após 18 meses com o setor de eventos paralisado. “Não aceitamos o rótulo injusto de sermos um risco para a sociedade neste momento”, diz o texto, lembrando que a cadeia produtiva do setor de eventos envolve mais de seis milhões de pessoas.
A entidade pede ainda isonomia no tratamento do setor, se comparado com outros lugares onde também ocorrem aglomerações, como shopping centers e aeroportos. “Conscientes da necessidade de regras sanitárias, continuamos seguindo todos os decretos e medidas, por vezes draconianas, para manter a segurança das pessoas. Olhando para outros setores, contudo, muitos deles com ambiente de grandes aglomerações já retomam à normalidade com a flexibilização”.
Ao todo, a entidade congrega 640 associados em todos os estados que juntos movimentam bilhões de reais anualmente. Entre as empresas associadas a Abrape estão gigantes do entretenimento como a Live Nation, Opus Entretenimento, T4F (responsável pelo Lollapalooza Brasil), além de grandes eventos como o Festival de Verão de Salvador e a Festa do Peão de Boiadeiros de Barretos.
O manifesto da Abrape vai de encontro com as recentes mudanças anunciadas pelos governos estaduais. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, não há previsão de retorno dos shows ao vivo com o público em pé até o fim do ano e muitos dos eventos-testes programados para acontecer foram suspensos. É o caso, por exemplo, da CCXP (Comic-Con Experience) que havia sido incluída na lista de eventos-testes do governo de São Paulo, mas não vai ocorrer presencialmente neste ano, mesmo com a média móvel de mortes em queda.