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Dois membros deixam Academia Sueca por escândalo de supostos abusos

Dezoito mulheres denunciaram humilhações e abusos cometidos por uma personalidade cultural vinculada à instituição responsável pelo Prêmio Nobel

Por agência EFE
Atualizado em 6 abr 2018, 12h27 - Publicado em 6 abr 2018, 12h26

Os escritores Klas Östergren e Kjell Espmark anunciaram nesta sexta-feira sua saída da Academia Sueca pelo escândalo de supostos abusos sexuais que afeta uma pessoa estreitamente vinculada com a instituição, responsável pelo Prêmio Nobel.

“A Academia teve há muito tempo problemas sérios e agora tenta resolvê-los colocando questões obscuras à frente de suas regras, o que implica trair seus fundadores e protetores, assim como sua tarefa de representar o talento e o gosto”, afirmou Östergren em comunicado enviado ao jornal Svenska Dagbladet.

Minutos depois, outro acadêmico, o poeta Kjell Espmark, anunciava sua saída através de outro grande jornal sueco, Dagens Nyheter, justificando razões similares. “As integridade é o nervo central da Academia. Quando vozes centrais põem a amizade e outros motivos não pertinentes à frente da responsabilidade, já não posso participar de suas tarefas”, afirmou Espmark.

Ambos fizeram referência à confidencialidade vinculada à instituição para não dar mais detalhes sobre uma decisão que, na prática, é simbólica: a escolha é por vida, embora os membros possam optar por não participar nem de suas atividades e nem de suas votações.

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Foi no final de novembro, em meio à campanha de denúncias de abusos #Metoo, que 18 mulheres revelaram de forma anônima ao jornal Dagens Nyheter humilhações e abusos cometidos por uma personalidade cultural vinculada à instituição, alguns em de suas dependências.

Mais tarde foi revelado que tratava-se de Jean-Claude Arnault, dramaturgo francês residente na Suécia há décadas e casado com Katarina Frostenson, membro da academia; e que este estava por trás das filtragens de vários ganhadores do Nobel nos últimos anos.

A Academia cortou a relação privilegiada e contratou uma firma externa para fazer um relatório do caso, enquanto várias mulheres interpunham denúncias e a promotoria abria uma investigação, em meio a duras críticas do mundo cultural à instituição.

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Com as saídas de Östergren, de 63 anos e membro desde 2014, e de Espmark, de 88 e com 37 anos na Academia, atualmente apenas 14 de seus 18 assentos estão ocupados, já que duas autoras – Kerstin Ekman e Lotta Lotass – boicotam a instituição há anos.

A recusa da Academia a condenar a emissão de uma “fatwa” (édito islâmico) contra o escritor britânico Salman Rushdie provocou em 1989 a saída de Lars Gyllensten e da própria Ekman.

As outras três “demissões” ocorridas até agora foram por motivos pessoais (Werner Aspenström), em protesto pela concessão do Nobel em 2004 a Elfriede Jelinek (Knut Ahnlund) e em desacordo pela liderança da instituição (Lotass em 2011).

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