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De casa nova, Rio-à-Porter teve investimento de 15 milhões de reais

Salão aposta no mercado internacional, depois de um ano de déficit recorde na balança comercial

Por Roni Filgueiras
9 jan 2012, 16h32

Bem longe do Píer Mauá, onde acontecem os 24 desfiles de inverno da 20ª edição do Fashion Rio e a 15ª edição do Prêmio Rio Moda Moda, com a apresentação de dez novos talentos, a plataforma de negócios Rio-à-Porter ganhou sede nobre, em Botafogo: o palacete Guinle, agora rebatizado de Casa Firjan da Indústria Criativa. “Ocupamos áreas que possam dialogar e trazer benefícios para cidade, como aconteceu com a Zona Portuária”, explica Graça Cabral, diretora de Parcerias Estratégicas do Fashion Rio, realizado ao custo de R$ 15 milhões pelo Sistema Firjan, com o apoio da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). “É importante que a economia criativa promova outras atividades para a cidade, como o turismo, os transportes, a gastronomia”, justifica.

Os expositores foram reduzidos a 108, escolhidos pela curadoria do evento e pólos criativos, contra 168 da última edição de verão, para se adequar ao novo espaço. Mas não só por isso. O formato mais enxuto obedeceu a uma necessidade estratégica. “Buscamos um espaço com o formato de salão e não de feira, para propiciar mais proximidade para expositores e compradores e eficiência na decisão de compra. É a tendência mundial”. Graça, que afirma não considerar o Senac Rio Fashion Business concorrente, não fala de expectativa de crescimento da bolsa de negócios. “Há espaço para todos”, diz a diretora do salão que vai receber compradores do Brasil e de países como Rússia, França, Japão, EUA, República Dominicana e Bahrain.

Além de alavancar os negócios, o Rio-à-Porter promove exposições, palestras e encontros (abertos ao público à tarde), sobre economia criativa. Com o tema “Sou Rio, essa bossa é nossa”, a exposição trata da influência do design na MPB. Com curadoria e pesquisa do músico Charles Gavin, a mostra reúne capas cerca de 55 capas de discos da bossa nova, 20 delas boladas por César Villela, artista plástico e designer gráfico. As capas de LPs de Edu Lobo, Roberto Menescal, Vinícius de Moraes, entre outros, serão exibidas em tamanho de 3m x 3m, no Armazém 3. Outro homenageado será o arquiteto Sérgio Rodrigues, um dos nomes de maior projeção dentro e fora do país. As vagas estão sujeitas à disponibilidade de lugares na sala. Senhas de acesso deverão ser retiradas, diariamente, das 13h45 às 14h45, na Casa Firjan da Indústria Criativa.

Déficit comercial – Imagine um ex-país de descamisados que detém o título de segundo maior produtor e terceiro maior consumidor de denim (o tecido das calças jeans) do planeta. E que teve em 2010 um faturamento de US$ 60 bilhões na indústria têxtil e de confecções. Agora imagine o setor de varejo dessa mesma nação, cujo volume de vendas cresceu cerca de 6,7% e as importações de roupas, 40%. “O desenvolvimento do setor tem ocorrido num ambiente desfavorável à competitividade”, diz Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Ainda segundo a entidade, a competitividade desse setor é prejudicada por fatores como carga tributária, deficiência na defesa comercial, custo de capital e infraestrutura elevado, crescimento das importações e desequilíbrio cambial.

A Abit, que no próximo dia 17 divulga os números do setor do ano passado, calcula que 2011 deverá fechar com déficit recorde na balança comercial: US$ 5,2 bilhões, o que se traduz em menos 200 mil postos de trabalho, que serão criados na Ásia. Nos primeiros sete meses de 2011, em relação a igual período de 2010, a produção têxtil teve uma queda de 14,4% e a do vestuário despencou 3,03%. Segundo o BNDES, o ramo têxtil e de confecção tem o maior potencial para a criação de empregos. A cada R$ 10 milhões que entram na produção são criados 1.382 novos postos formais. O setor representa 3,23% do PIB e mais de 10% dos postos de trabalho da indústria de transformação. Números mais que expressivos que vão dar muito pano para manga.

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