Cinco excelentes discos gravados em 2020 inspirados pela pandemia
De Taylor Swift a Paul McCartney, passando por Baco Exu do Blues e Adriana Calcanhotto, escute álbuns feitos no clima da quarentena
A matéria-prima de qualquer artista sempre foi o mundo ao seu redor. É difícil, portanto, eles não se deixarem influenciar por um evento tão incomum quanto a pandemia que assolou a humanidade em 2020. A reclusão em casa, a doença, a solidão, o amor, enfim, toda uma imensa gama de sentimentos foi transcrita em forma de canções por diversos cantores durante a pandemia e sob o impacto dela. A seguir, relembramos cinco artistas que não ficaram alheios à Covid-19 e produziram novos trabalhos que, no fim das contas, resumiram o espírito do ano.
Taylor Swift – Folklore e Evermore
Como se não bastasse um álbum, Taylor Swift lançou dois discos com canções totalmente compostas e gravadas neste estranho ano de 2020. O primeiro, Folklore, foi considerado um dos melhores da sua carreira, com letras cifradas sobre seus relacionamentos amorosos do passado. O segundo, Evermore, ela imagina casos de amor fictícios e até conta histórias de crimes. Ao contrário de seus discos anteriores, ambos os novos trabalhos fogem do pop farofa de outrora. As novas faixas são mais sóbrias e comportadas, bem no clima da quarentena.
Paul McCartney – McCartney III
Os fãs de Paul McCartney ainda estavam curtindo o último disco de inéditas do ex-beatle, lançado há dois anos, quando o compositor anunciou de surpresa que compôs, tocou e gravou todos os instrumentos de um novo álbum, o McCartney III, lançado agora em dezembro. O disco, gravado em sua casa durante a quarentena, foi feito após o artista ter que adiar a turnê mundial que pretendia realizar neste ano. O resultado é um dos melhores álbuns da carreira solo e sai com onze faixas que entremeiam rocks crus com baladas românticas.
Baco Exu do Blues – Não Tem Bacanal na Quarentena
Os panelaços do início do ano serviram de inspiração para o rapper Baco Exu do Blues lançar um novo álbum, Não Tem Bacanal na Quarentena, composto totalmente no confinamento forçado. As faixas fazem referência aos momentos que todos enfrentaram no isolamento, que foram desde ter que assistir ao Big Brother Brasil, as notícias sobre a Covid-19, até a falta de sexo. Ao todo, o rapper gravou nove músicas em três dias.
Charlie XCX – How I’m Feeling Now
Reclusa em casa, Charli XCX usou o tempo livre para compor e lançar em seis semanas seu quarto álbum, How I’m Feeling Now. Em contato com os fãs pelas redes sociais, a cantora inglesa de 27 anos tomou várias decisões após ouvir os pitacos deles, desde a foto de capa, deitada na cama, até o título do disco. O resultado é uma fusão do pop com experimentações eletrônicas — coquetel batizado de “dark pop”, por ser cerebral, mas dançante.
Adriana Calcanhotto – Só
Adriana Calcanhotto precisou de quase dez anos para compor, produzir e divulgar as nove faixas do álbum Margem, lançado no ano passado. Acostumada a escrever sem pressão, a urgência causou um efeito contrário na compositora, que produziu e lançou, em apenas 43 dias o álbum Só, também com nove músicas, escrito e inspirado neste período de pandemia. A maioria das faixas são sambas, mas Calcanhotto escreveu até um funk.