Choque de Ordem não viu os cambistas
Prefeitura combateu os camelôs mas fez vista grossa para os atravessadores de ingresso que atuavam em todos os acessos ao Rock in Rio
A Cidade do Rock não ganhou este nome à toa. O deslocamento de cerca de 100 mil pessoas por noite – não estão na conta os profissionais envolvidos na produção do evento – é um espetáculo, mas gera um volume proporcional de problemas. O resultado da Operação Choque de Ordem nos arredores do festival é um bom termômetro do funcionamento do Rock in Rio.
A prefeitura informa que no primeiro fim de semana de Rock in Rio foram multados 712 veículos. Desses 95 foram rebocados por estacionamento irregular. Ao todo, foram apreendidos 9.039 itens com vendedores ambulantes ilegais.
Mas há algo errado nos números do choque de ordem. O relatório da prefeitura detalha os produtos apreendidos, com destaque para itens como 4.017 apreensões de bebidas diversas, e outros itens bem menos volumosos: 12 pirulitos e 21 chaveiros, por exemplo.
A operação escorrega no combate aos cambistas. Total de cambistas presos: um. “Durante a ação, guardas municipais prenderam um cambista que vendia ingressos nas proximidades do evento. Ele foi levado para a 42ª DP (Recreio)”, diz o informe do município.
“O Rio de Janeiro está preparado para organizar mega eventos como o Rock in Rio”, sentenciou Alex Costa, Secretário de Ordem Pública, certamente sem testemunhar a multidão de cambistas na chegada do evento, junto às barreiras de trânsito.