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Bruno Gagliasso a VEJA: “Nós, brancos, somos os vilões”

Ator fala sobre carreira, racismo e política

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 out 2022, 10h47 - Publicado em 21 out 2022, 06h00

Santo traz seu primeiro protagonista internacional. Por que atores brasileiros buscam hoje uma carreira no exterior? Isso não é algo com que eu sonhava. Sempre fui atrás de bons papéis, não de uma carreira no exterior. O que me moveu foi fazer um personagem brasileiro que está em Madri, mas não precisa falar inglês ou espanhol. Esse momento no streaming é rico porque hoje você pode fazer uma série internacional sem sair do seu país.

De Marighella a uma futura série da Netflix sobre a chacina da Candelária, seus papéis têm tom político. Por que essa opção? Tenho orgulho de estar em projetos que falam sobre a história do nosso país. Uma história que tentam apagar, mas não vão conseguir. Eu tenho filhos pretos, pô. São projetos que eles vão ver no futuro.

A diversidade faz diferença em suas escolhas? Não só em meus trabalhos como ator, mas em toda campanha de publicidade exijo que haja pessoas pretas no projeto. Eu já ouvi falarem: “Pô, se chamar o Bruno é complicado, porque ele vai exigir que tenha gente preta”. E é isso. Eu exijo mesmo.

Como surgiu essa consciência? Fomos nós, brancos, que começamos essa m**** toda. Então, o mínimo que podemos fazer é exigir que haja companheiros pretos ao nosso lado. Essa consciência veio com os meus filhos. O amor faz a gente acordar.

Você apoia Lula e seu irmão Thiago é bolsonarista. É difícil lidar com isso? A gente tem posicionamentos tão distintos que fica fácil: não temos contato. Paramos de nos falar por uma questão ética. Sobre as diferenças políticas, nunca foi uma dúvida para mim, principalmente depois que o problema no país passou a ser moral.

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As reuniões de fim de ano dos Gagliasso são complicadas? Não, porque não tem mais Natal em família.

Como analisa o episódio de racismo contra seus filhos em Portugal? Racismo não é para ser discutido, é para ser combatido. Fomos à polícia, não deixamos a criminosa fugir e tomamos as medidas cabíveis. Não vamos tolerar os intolerantes. Ensinem seus filhos a não ser racistas porque estou ensinando os meus a revidar.

Fazer um traficante branco na série Operação Maré Negra é uma escolha política? Busco fazer vilões quando os heróis são negros. Faço questão de me colocar nesse lugar, porque nós, brancos, não somos os heróis — somos os vilões que cometeram os crimes da história.

Publicado em VEJA de 26 de outubro de 2022, edição nº 2812

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