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As ruidosas denúncias trabalhistas contra a Bienal de Arte de São Paulo

Carta anônima diz que funcionários são submetidos a "péssimas condições de trabalho", mas a Fundação nega as alegações

Por Amanda Capuano Atualizado em 19 out 2023, 16h24 - Publicado em 19 out 2023, 15h57

Um grupo de funcionários denunciou em uma carta aberta anônima as “péssimas condições de trabalho” que estariam sendo empregadas na atual edição da Bienal de Arte de São Paulo. O texto, publicado na revista Select, acusa a organização do evento de prejudicar o desempenho profissional, a saúde física e mental dos colaboradores, e de contribuir para a continuidade de práticas discriminatórias.

“O contrato por tempo determinado feito pela Fundação Bienal nos sujeita a condições de trabalho que vão desde o VR abaixo do mercado e insuficiente para uma alimentação adequada até a carga de trabalho extenuante, o ambiente com calor excessivo, causando desmaios, a espera de até três horas para um revezamento que permita ir ao banheiro, além das atitudes de intimidação, o que caracteriza assédio moral, entre outros”, detalha um trecho do texto.

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A carta diz ainda que, apesar de as contratações contemplarem a diversidade, a organização não tem políticas de permanência no ambiente de trabalho, dificultando a atuação dos profissionais. “Neste ponto, não há como ter outro entendimento da situação a não ser o de que, para a Fundação, parece bastar a criação de acesso aos diferentes, de forma que possa difundir um discurso de diversidade. Se assim não for, coloca-se a necessidade de que reconheça a urgência de políticas institucionais para proporcionar a esses profissionais condições de desenvolver suas funções”, diz outro trecho.

Outro ponto destacado na carta é o de que a equipe de educação do evento — responsável, entre outras coisas, pela mediação e orientação do público — está subordinada a uma Coordenação de Produção, “acarretando uma condição de desrespeito a todo o processo educativo e replicando o padrão de desvalorização dos profissionais da área da educação”, e acusa a organização de perpetuar “as mesmas estruturas de violência que são denunciadas pelos artistas que compõem a Bienal.”

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Em nota enviada a VEJA, a Fundação disse que ficou surpresa ao tomar conhecimento “da carta anônima” e que as lideranças das áreas de projetos e gestão predial, a que as equipes de mediação e orientação de público estão subordinadas, não foram procuradas pelos trabalhadores da mostra. A organização também alega que nenhum dos canais de denúncia sigilosa disponíveis na instituição foi acionado.

A Bienal também disse que os salários dos funcionários “estão em absoluta consonância com os melhores valores praticados no mercado” e que o ambiente e a jornada de trabalho atendem à legislação trabalhista e aos acordos coletivos, e que tem políticas de inclusão como uso de nome social, acessibilidade para cadeirantes e deficientes visuais. “Embora as acusações realizadas não tenham sido direcionadas para os departamentos adequados da maneira protocolar, e nem tenham sido endereçadas aos canais de denúncia existentes para esse fim, a Fundação se compromete a averiguá-las e adotar, se for o caso, as providências cabíveis”, finaliza. 

A 35ª Bienal de São Paulo acontece até o dia 10 de dezembro no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera.

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