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A arte como valor de refúgio em tempos de crise: uma opção que incorre em riscos

Pode-se recorrer à arte como valor de refúgio, nestes tempos de vacas magras? É preciso calma e ter em mente que estes bens não podem ser vendidos de um dia para o outro, destacam os atores do mercado de arte, ouvidos pela AFP. Num momento em que as Bolsas europeias conhecem uma forte queda, desde […]

Por Por Pascale MOLLARD-CHENEBENOIT
29 ago 2011, 19h34
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  • Pode-se recorrer à arte como valor de refúgio, nestes tempos de vacas magras? É preciso calma e ter em mente que estes bens não podem ser vendidos de um dia para o outro, destacam os atores do mercado de arte, ouvidos pela AFP.

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    Num momento em que as Bolsas europeias conhecem uma forte queda, desde o início de julho, Fabien Bouglé, consultor especializado na administração do patrimônio artístico, considera que a arte “pode ser vista dessa forma, como bem material. Mas isso não quer dizer que uma obra de arte não perca também o valor”, observou.

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    No entanto, desde a tempestade financeira de 2008, “as obras de arte de grande qualidade e de origem excepcional são muito procuradas e não conhecem a crise”, destaca o presidente da Casa de Leilões Sotheby’s France, Guillaume Cerutti, citando os recordes atingidos, em 2010, por telas de Giacometti, Modigliani e Picasso.

    “Neste sentido, as obras-primas podem ser consideradas valores de refúgio uma vez que transcendem a situação econômica”, estima Cerutti.

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    Em sua opinião, a arte contemporânea recente é mais sensível às crises. Artistas como o americano Jeff Koons ou o britânico Damien Hirst, cujas telas chegaram a milhões, sofreram com a precedente borrasca financeira.

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    A arte antiga e a moderna têm um bom desempenho, desde que sua qualidade e proveniência sejam impecáveis.

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    Para investir sem riscos em arte, é melhor ter os meios. Segundo Thierry Ehrmann, as obras de arte compradas por mais de 50.000 euros – e mais ainda, por mais de 100.000 euros – não sofrem com as crises. Em troca, as de menos de 5.000 euros podem sofrer depreciações.

    A temporada dos leilões nem bem começou e os atores do mercado se mostram “razoavelmente otimistas”, segundo a fórmula de Cerutti.

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    Para o economista Philippe Chalmin, o mercado francês é apoiado pelos colecionadores chinês e russos.

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    No entanto, Chalmin prefere evitar a expressão “valor de refúgio” para as obras de arte, na medida em que elas não possuem, por exemplo, a mesma liquidez que o ouro, que ultrapassou em Hong Kong o patamar recorde de 1.900 dólares a onça, antes de recuar um pouco.

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    “Não se pode vender com rapidez uma obra de arte. É preciso, pelo menos, seis meses entre a decisão de se separar de um quadro e sua colocação à venda em leilão”, segundo Fabien Bouglé. Em seguida, “a obra deve ser mantida à parte durante um certo tempo, porque os colecionadores adoram novidade. “Deve mesmo ser esquecida por um período, para depois ser, de uma certa forma, reencontrada”.

    Para o presidente da Sotheby’s France, Guillaume Cerutti, é claro que “a arte não deve ser, principalmente, um investimento financeiro”, a grosso modo. Não dá juros nem dividendos.

    “São objetos únicos, procurados por colecionadores para seu prazer. O motor essencial não deve ser o lucro, mas o desejo”, destaca ele. Mas a valorização de um artista é pouco previsível no tempo, explicou.

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