Após a realização do abortamento em criança de 11 anos vítima de estupro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou nas redes seu posicionamento sobre o ocorrido. No texto, acompanhado de uma foto de um bebê prematuro, o chefe de Estado repudia a recomendação do MPF de que o hospital assegurasse o aborto. “A única certeza sobre a tragédia da menina grávida de 7 meses é que tanto ela quanto o bebê foram vítimas”, escreveu. Em outra postagem, ele reforça que não importa a forma como se deu a gestação — ainda que seja fruto de uma violência.
Enquanto boa parte dos internautas se manifestou contra a fala de Bolsonaro e a favor dos direitos garantidos pelo Código Penal às pessoas agredidas sexualmente, emergiu também uma onda conservadora em apoio ao presidente. A tag #AbortoNão já foi mencionada mais de 13 mil vezes no Twitter e os usuários comparam o procedimento ao assassinato. Em consonância com a juíza de Santa Catarina Joana Ribeiro Zimmer, acusada de induzir a criança violentada a seguir com a gestação, os “pró-vida” (como se denominam) apoiam a tese de que a vítima deveria ter “aguentado mais um pouquinho”.