Após álbum intimista, Silvia Machete lança remixes para as pistas de dança
Inspirada por São Paulo, metrópole onde vive hoje, a artista carioca revisita seu elogiado disco com canções em inglês
Há coisa de dez anos, uma típica apresentação da cantora carioca Silvia Machete envolvia bambolês, malabares e trapézios circenses – em resumo, aquilo que poderia ser chamado de show performático. Lá pelas tantas, Silvia costumava sacar de dentro do sutiã um papel de seda e, da calcinha, um punhado de tabaco, e fazia ali mesmo um cigarrinho – isso sem deixar o bambolê cair. A experiência no palco veio dos anos em que ela viveu como nômade e ganhava a vida se apresentando pelas ruas da Europa, no início dos anos 2000.
De fato, aos 45 anos, Silvia Machete nunca deixou de ser uma artista inquieta. Em plena pandemia, em 2020, veio mais uma mudança. Ela deixou o Rio de Janeiro para se estabelecer em São Paulo. Influenciada pela metrópole, lançou no mesmo ano o elogiado Rhonda, um disco com uma sonoridade completamente diferente de seus cinco álbuns anteriores, inclusive cantado apenas em inglês. Agora, ela revisita o trabalho com Rhonda Reviste, um álbum só de remixes feito por produtores e amigos como Kassin, Diogo Strauz e Alberto Continentino.
O resultado demonstra o amplo caleidoscópio de influências de Silvia. Se o Rhonda original tinha uma pegada mais intimista, Revisite, lançado pela gravadora Biscoito Fino, passeia pelo reggae (como em Carrousel), imprime um ritmo de cabaré (So Many Nights) e entrega canções perfeitas para as pistas de dança no pós-pandemia, como Cactus e Forget to Forget.
Para além do álbum, a cantora lançou também uma regravação de You Are So Beautiful, de Joe Cocker, para a trilha sonora da novela Um Lugar ao Sol, e o clipe da canção Sparkle, dentro do projeto Femina, do Sesc Pompeia. Em janeiro, ela retorna aos palcos, em um show no festival Tête-à-Tête, com Vanessa da Matta e Céu, em uma fazenda entre Trancoso e Caraíva, na Bahia.