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Sobrevivente do ‘Sociedade da Neve’ fala o que sentiu ao voltar aos Andes

Álvaro Mangino fala a VEJA sobre acidente de avião, revisitado em filme da Netflix

Por Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 abr 2024, 13h00

Lançado no final do ano pela Netflix, o filme A Sociedade da Neve permanece sendo um sucesso nas redes sociais, com trechos que comparam a reconstituição em estúdio de um dos acidentes de avião mais impactantes: a tragédia dos Andes. Em 13 de outubro de 1972, o voo 571, da Força Aérea Uruguaia, com destino a Santiago, capital do Chile, caiu na cordilheira dos Andes com 45 pessoas a bordo. Do total, 29 morreram. Um dos 16 sobreviventes foi o uruguaio Álvaro Mangino, hoje com 71 anos, empresário, com quatro filhos e netos. Em recente passagem pelo Rio, foi condecorado com uma homenagem no Copacabana Palace. Álvaro conversou com a coluna GENTE sobre a repercussão do filme e como estão todos depois de mais de cinco décadas da tragédia que marcaria para sempre sua vida.

Como tem acompanhado a repercussão do filme? Eu já o vi quatro vezes. Sociedade da Neve foi a coisa mais parecida, mais perto do que a gente passou lá em cima. Tem muitos detalhes que foram importantes e conseguiram reproduzir no filme. O grupo inteiro participou. E o personagem principal foi o último que morreu no acidente, o Numa Turcatti, que conta um pouquinho a história durante 72 dias.

E como foi reviver essa história? Nos primeiros anos não falei nada com ninguém, só com a minha esposa e meus filhos, mas não muito. Fiquei calado por muitos anos processando o que tinha acontecido lá em cima. E quando a gente voltou ao local do acidente, todos juntos em 1985, pensamos o porquê daquilo tinha acontecido. Isso foi o que motivou todos a fazer livros, a dar palestras. As pessoas ficam emotivas e agradecem, depois de ouvir sobre princípios para sobreviver. A nossa motivação foi a família. O meu objetivo era voltar para casa.

Como é a relação entre os sobreviventes? Somos mais do que amigos. Somos uma família, 130 pessoas. Todo ano a gente faz uma festa no dia 22 de dezembro, com filhos, netos, todo com as famílias inteiras somos 130. E temos grupo do Whatsapp, o “Cordilheira”, falamos todos os dias, sabemos tudo que acontece na vida de cada um.

Sobre os que não sobreviveram ao acidente, como ficou a relação com os parentes deles? Alguns aceitaram melhor que outros. Todo ano a gente faz uma missa. Sempre tivemos cuidado com as mães dos nossos amigos. E as famílias se sentem melhor junto com a gente. Hoje em dia temos uma relação até melhor do que já tivemos.

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O que sente quando volta ao local? Já voltei dez vezes, com filhos, amigos e muita gente. É um local especial, tem sentimento. Da última vez, fui com meus netos, três anos atrás, e minha filha, que nunca tinha ido. Tinha muita gente subindo lá, me escondi um pouquinho. Era algo bem familiar. Meus netos já assistiram ao filme, Na primeira vez ficaram muito chocados. Mas depois gostaram. Sou o único que ficou ferido durante os 72 dias. Quebrei a perna e não conseguia andar muito, tinha que me movimentar pelo chão. Mas a gente agradece muito e fica muito contente.

Chegaram a ganhar dinheiro pelo filme? Temos o direito de todas as coisas que fazem da nossa história. Recebemos sempre. Do filme, ainda não recebemos nada, só um adiantamento, que cobre parte dos direitos. Mas a história é nossa, quem pode contar somos nós. Estamos esperando algo.

Família de Álvaro Mangino -
Família de Álvaro Mangino – (Reprodução/Arquivo pessoal)

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