Entenda sobre o câncer de pulmão que Aracy Balabanian tratava há um ano
Atriz morreu aos 83 anos; oncologista fala de neoplasia
Aos 83 anos, Aracy Balabanian morreu nesta segunda-feira, 7. A atriz estava internada para tratar dois tumores no pulmão, descobertos no ano passado, após um derrame pleural, que causa retenção de líquido nos pulmões. O tabagismo está na origem de 90% de todos os casos de câncer de pulmão no mundo, sendo responsável por ampliar em cerca de 20 vezes o risco de surgimento da condição. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que durante o triênio 2023-2025 em torno de 32.300 novos casos da doença sejam diagnosticados a cada ano. Tumores pulmonares ainda lideram o ranking das doenças oncológicas que mais matam todos os anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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A oncologista Mariana Laloni, do Grupo Oncoclínicas, explica que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresenta sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório. “Os sinais de alerta são tosse, falta de ar e dor no peito. Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença, o que contribui para o sucesso do tratamento”, diz.
Diante deste cenário, estratégias que combinam modalidades de tratamento sistêmico (baseados na adoção de medicações via oral ou intravenosa, como a quimioterapia) e local (radioterapia) podem ser adotadas para reduzir o tumor ou como tratamento definitivo quando a cirurgia está contraindicada. A radioterapia isolada também é utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor. Para a especialista, é válido destacar o papel que a imunoterapia exerce no panorama de enfrentamento do câncer de pulmão.
“A indicação depende do estadiamento, tipo, do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente. Embora o sistema imune esteja apto a prevenir ou desacelerar o crescimento do câncer, as células cancerígenas sempre dão um jeitinho de driblá-lo e, assim, evitar que sejam destruídas. O papel da imunoterapia é justamente ajudar os ‘soldados’ de defesa do organismo a agir com mais recursos contra o câncer, produzindo uma espécie de super estímulo para que o corpo produza mais células imunes e assim a identificação das células cancerígenas seja facilitada – devolvendo ao corpo a capacidade de combater a doença de maneira efetiva”, explica a especialista.