Acostumado com os melhores hotéis do mundo, o bilionário José Seripieri Júnior, fundador da Qualicorp, passou sua primeira noite de prisão em uma cela do terceiro andar da sede da Polícia Federal, em São Paulo. O espaço tem 11,6 metros quadrados. Há uma mesa, um banco e uma beliche — ele está sozinho no lugar. O banheiro tem privada acoplada à parede e a descarga é ativada pelo guarda, pelo lado de fora. Não há TV no local.
ASSINE VEJA
Clique e AssineJúnior recebeu na segunda e terça a visita de seu advogado, o criminalista Celso Vilardi. Por se tratar de uma prisão temporária de cinco dias (que pode ser ampliada para mais cinco), ele não pode receber visita de filhos e da mulher, Daniela Filomeno Seripieri. Pelo mesmo motivo, o empresário não possui acesso ao banho de sol. No mesmo andar de Junior estão outros três presos pela Operação Paralelo 23, realizada pela Polícia Federal, que faz parte da terceira fase do braço eleitoral da Lava Jato em São Paulo.
Segundo a Lava Jato, a investigação encontrou “fundados indícios do recebimento por parlamentar federal de doações eleitorais não contabilizadas, repassadas por meio de operações financeiras e societárias simuladas, visando assim ocultar a origem ilícita dos valores recebidos, cujo montante correspondeu à quantia de 5 milhões de reais”. O beneficiário do dinheiro de caixa dois seria o senador tucano José Serra para a campanha de 2014.
Celso Vilardi, advogado de Júnior, entrou nesta terça, 22, com um pedido de revogação da prisão temporária.