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Autor de novo livro sobre Marielle: “Investigação não é seriado de TV”

Cientista político Carlos Ramos fala sobre a obra “Quem matou Marielle?”, escrita com delegado Giniton Lages

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 Maio 2022, 19h25 - Publicado em 11 Maio 2022, 18h00

O cientista político Carlos Ramos se uniu ao delegado Giniton Lages, que assumiu o início das investigações do assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, para escrever “Quem matou Marielle?”, publicado agora pela editora Matrix. A ex-vereadora do PSOL se tornou uma referência na defesa dos direitos humanos e na luta contra as injustiças sociais e políticas do Brasil. Em conversa com a VEJA, o cientista político paulista, 47 anos, fala sobre a realização da obra – mais uma a tentar responder a pergunta que o país inteiro faz há quatro anos.

Dá título ao livro a pergunta que mais se tem feito no país, e que segue sem resposta. Por que escrever “Quem Matou Marielle?”, se não há um final nesta história?

Giniton e eu passamos os últimos dois anos pesquisando e escrevendo o livro, que escancara problemas do Brasil. A violência, em todos os sentidos; as dificuldades que as nossas instituições públicas têm para funcionar; a desigualdade na sociedade… São problemas crônicos. Uso a frase do escritor Gabriel Garcia Márquez: Escrevemos “na esperança de que nunca mais este livro nos aconteça”. E o que mais preocupa é ver que não estamos conseguindo isso.

O que você destaca de novidade?

Destaco três. Primeiro, o ponto de vista inédito. Foi escrito em primeira pessoa e revela o olhar de quem estava dentro do caso, no olho do furacão. Segundo, mostra ao leitor que a investigação não acontece num seriado de TV, mas na realidade brasileira, com todas as limitações e dificuldades. Terceiro, as histórias de bastidores, as passagens que não se imagina que possam acontecer, mas acontecem. Para o bem e para o mal.

Também há citação ao envolvimento de Ronnie Lessa, PM reformado acusado de executar a vereadora. Nesta terça-feira, 10, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizou a Operação Calígula, contra rede de jogos de azar explorada pelo bicheiro Rogério de Andrade e Lessa. De que forma isso pode ser peça-chave para se esclarecer o caso?

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Não conheço o inquérito, não tenho condições de avaliar. Agora, o que se percebe é que, de modo geral, a Operação Calígula é desdobramento da Operação Os Intocáveis, realizada pelo MP em janeiro de 2019, que por sua vez, foi desdobramento da investigação dos assassinatos de Marielle e Anderson. Foi o que ficou demonstrado nas declarações dos promotores que estão à frente do caso.

Lessa surge envolvido em outros crimes. Isso ajuda ou complica o caso Marielle?

Não tenho uma resposta para isso. Vamos aguardar o resultado das investigações.

Qual a maior dificuldade nas apurações?

Muitas! A investigação aconteceu numa realidade adversa. Houve várias situações complicadoras. A pressão que um caso de grande repercussão tem, aumentando o estresse de quem está envolvido; os vazamentos constantes de informações sigilosas, as “trombadas” entre instituições públicas. Existiu até “investigação da investigação”! Quando a Polícia Federal investigou o trabalho da Polícia Civil. O próprio contexto de intervenção federal pelos miliares… Enfim, continua sendo investigação bastante complexa.

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Acredita na solução do caso?

Desejo que seja resolvido, é o sentimento de todos que se esforçam para defender a democracia. Enquanto não for resolvido, o caso continuará sendo uma ferida aberta na história do Brasil.

 

Capa do livro
Capa do livro “Quem matou Marielle?” (Reprodução/Divulgação)
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