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Brasil

A irônica mensagem do ex-CEO do Hurb em meio a demissão em massa

Agência de viagens de pacotes populares atravessa grave crise financeira

Por Valmir Moratelli SEGUIR SEGUINDO 30 Maio 2023, 21h44

João Ricardo Mendes - (Reprodução/Twitter)

Um dia após a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinar suspensão das vendas de pacotes flexíveis pela agência de viagens Hurb, sua principal ferramenta de negócios, a empresa demitiu cerca de 400 funcionários, o equivalente a 40% do total de colaboradores. O clima na sede da empresa no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 30, era de grande decepção.

A crise começou a se tornar pública quando o número de processos contra a companhia até o começo de maio na Justiça de São Paulo chegou a 46% mais do que o registrado em todo o ano passado. O então CEO da empresa, João Mendes, piorou a imagem junto ao consumidor ao divulgar vídeos debochando das reclamações – ele chegou a publicar nas redes um em que xingava um cliente de madrugada. Joao foi aparentemente afastado dos negócios, mas continuou palpitando nas decisões internas.

A modalidade flexível era um dos principais negócios da empresa – o cliente sugeria três possíveis datas de viagem para que a Hurb selecionasse uma data próxima. Dessa forma, a companhia buscava preços mais competitivos, justificando os baixos valores cobrados nos pacotes. Como, por exemplo, ida e volta do Rio a Tóquio, incluindo hospedagem, por menos de 4 mil reais.

Enquanto os funcionários eram demitidos nesta tarde, João Mendes, que está morando em Portugal, filosofava nas redes sociais, em inglês. Em certo trecho, dizia, um tanto irônico: “A luta é quando as pessoas te falam para não desistir e você não sabe a resposta. A luta é quando a comida perde o sabor. A luta é quando você não acredita que deveria ser o CEO da sua empresa. A luta é quando você sabe que está perdendo a cabeça e sabe que não pode ser substituído. A luta é quando todos pensam que você é um idiota”.