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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Lula e o cercadinho

Presidente comete o mesmo erro de Bolsonaro

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jan 2023, 13h13 - Publicado em 28 jan 2023, 13h08

Em termos político, o 8 de janeiro foi a oportunidade mais importante para o presidente Lula da Silva do que a sua vitória nas eleições. O golpismo inaceitável do bolsonarismo radical abriu ao presidente uma janela de boa vontade que lhe permitiria ampliar a sua base de apoio não apenas no mundo político, entre congressistas e governadores, como também na sociedade. 

Desde então, Lula fez alguns gestos corretos em busca dessa ampliação. Na sexta-feira, recebeu todos os governadores, elogiou o goiano Ronaldo Caiado publicamente e abriu as negociações sobre reforma tributária, compensação do ICMS e empréstimos do BNDES. A diferença com a falta de diálogo de Jair Bolsonaro é evidente.

Quando discursa, porém, Lula segue falando apenas aos seus eleitores à esquerda. A defesa de uma moeda comum com a Argentina, que tem chance zero de sair do papel neste governo, foi um gesto de apoio a Alberto Fernández. O motivo é fútil.

No Uruguai, sem nenhuma provocação, Lula chamou o ex-presidente Michel Temer de “golpista” pelo impeachment de Dilma Rousseff. Temer não é mais player da política, mas o seu MDB tem 42 deputados, 10 senadores e dois ministros importantes no governo Lula: Renan Filho, dos Transportes, e Jader Filho, das Cidades.

Como mostrou o jornal digital Poder360, 7 dos atuais ministros apoiaram o impeachment, incluindo o vice Geraldo Alckmin,  sem contar as centenas de deputados federais e uma parte razoável dos eleitores que votaram no próprio Lula.

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A retórica presidencial ainda tornou mais difícil a relação do seu ministro Fernando Haddad com os discursos semanais sobre como os empresários só lucram porque os trabalhadores trabalham e o mercado financeiro que vive sem coração.

O que Lula ganha com essa retórica? Ele agrada aos eleitores que guardam mágoas da expulsão do PT do poder e que votaram por um governo de esquerda, muito mais à esquerda do que Lula jamais será.

Assim como Bolsonaro por quatro anos, Lula fala para o seu cercadinho. A tática política é a de engajar os eleitores à esquerda em um momento que a sua legitimidade é questionada por uma oposição golpista. Na prática, Lula coloca o eleitor moderado diante de um dilema: ficar ao seu lado, apesar dos arroubos retóricos, ou ficar do golpismo.

Essa ação já foi tentada antes por Bolsonaro, o primeiro presidente a perder uma reeleição no cargo.

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