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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
‘Round 6’ faz história no Emmy – mesmo sem levar o maior prêmio da noite
Série coreana da Netflix conquistou seis estatuetas na mais importante premiação da televisão americana, dando continuidade ao caminho aberto por 'Parasita'
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13 set 2022, 17h28
Apesar de não ter faturado, merecidamente, o Emmy de melhor série dramática na noite de segunda-feira, 12, é inegável que Round 6 fez história na premiação considerada o Oscar da TV ao ganhar seis estatuetas. Mesmo perdendo para a excelente, porém manjada, Succession, a produção sul-coreana da Netflix levou seis estatuetas, um número que por si só já dá sinaliza a continuidade à quebra de barreiras linguísticas em premiações dos Estados Unidos iniciada por Parasita no Oscar em 2020. A trama sobre um jogo mortal que coloca endividados na disputa por um valor milionário rendeu ao protagonista Lee Jung-jae (intérprete de Gi-hun) o prêmio de melhor ator em série dramática, e o diretor Hwang Dong-hyuk ganhou o prêmio de melhor direção no mesmo gênero. Além das duas categorias principais, Round 6 também levou o troféu de melhor atriz convidada (Lee Yoo-mi, a jogadora 240), melhor dublê, melhores efeitos visuais e melhor design de produção – categorias secundárias.
O Emmy 2022 foi marcado pela mesmice, reprisando edições passadas ao reverenciar séries já consagradas na cerimônia, como Ted Lasso e Ozark. Se tornou uma edição memorável apenas graças a Round 6, que provou, mais uma vez, o valor das produções audiovisuais da Coreia do Sul, berço de fenômenos como o k-pop da banda BTS. A série é a primeira produção de língua não-inglesa a vencer categorias do prêmio, entretanto, o sabor amargo de que poderia ter levado a estatueta mais relevante da noite permanece. É uma pena que a Academia de Televisão ainda não estivesse pronta para este passo, preferindo contemplar, de novo, a série sobre bilionários em crise da HBO. Apesar disso, é reconfortante ver que as portas tendem a se abrir cada vez mais para a Ásia, ofertando sinais de um futuro promissor de premiações menos “americano-centradas”.
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