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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Lázaro Ramos: “Estou cansado do debate raso de só inserir negros na TV”

Ator falou a VEJA sobre a nova fase profissional e a presença de intérpretes negros nas telas

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 out 2021, 09h45 - Publicado em 22 out 2021, 06h00

O que o levou a trocar a Globo pela Amazon? Na Globo, eu estava saciado com o que tinha, que era esse papel mais de ator. Mas aí o mundo do streaming apareceu e o convite da Amazon me seduziu. Demorei para tomar a decisão. Eu estava virando essa pessoa híbrida, e queria entender o que faria com meu desejo de ser não só ator, mas diretor, escritor. Minhas conversas com a Globo sempre foram transparentes e afetuosas, como tudo o que eu faço. Parte importante da minha vida foi construída lá.

Por que foi o convite tão atraente? É um contrato muito abrangente, que poucas pessoas no mundo têm, só gente como a Viola Davis, Jordan Peele, Phoebe Waller-Bridge. Significa que também posso ser conselheiro ou supervisionar novas produções. É um projeto de vida, que dá vazão à minha inquietude.

Até que ponto a distopia racial de Medida Provisória, sua estreia na direção de um longa, espelha o Brasil de Bolsonaro? Eu queria dizer que foi algo planejado, mas estaria mentindo. O roteiro começou a ser feito em 2013, e mudamos muito pouco. Tem o talento dos roteiristas de farejar o que poderia acontecer no futuro caso continuássemos com determinados comportamentos. A fala de que mais gosto está no roteiro desde 2015. O personagem do Seu Jorge diz: “Como é que a gente não percebeu que isso ia acontecer?”. Quando eu filmei, nem dei atenção a esse comentário.

Você sempre quis distância do papel com rubrica “para ator negro” na TV. Isso melhorou hoje? Há exemplos positivos, mas um salto ainda não aconteceu: o de perceber essa questão não como problema, mas potencial criativo. É isso que me mobiliza nos meus projetos da Amazon. Quero tratar de diversidade para personagens negros. Estou cansado do debate raso de só inserir negros na TV. Será um salto perceber essa questão não como limitação política, um “mi-mi-mi” de artistas negros. É um potencial gigantesco de mercado.

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O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, renega personalidades negras. Como vê a gestão dele? Ele tenta ganhar relevância em cima dos outros. Até propôs boicote a Medida Provisória. Mas é expediente deste governo flertar com as fake news e atacar pessoas por não ter projeto. Continuo meu trabalho, fazendo o que tenho de fazer.

Você foi para a Amazon, Taís Araujo ficou na Globo. Como encara a separação profissional? A gente não conversou muito. Mas para mim foi uma questão, sim. Gosto de trabalhar com Taís, temos sintonia. Nos últimos anos, muito da nossa felicidade veio junto do trabalho. Mas ela será minha parceira de qualquer modo porque, fora da TV, temos projetos no teatro e na publicidade.

Publicado em VEJA de 27 de outubro de 2021, edição nº 2761

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