Uma das apresentadoras mais famosas dos Estados Unidos e com um dos talk-shows de maior audiência da TV americana, Ellen DeGeneres saiu de cena em 2022, dois anos após matérias do BuzzFeed publicarem denúncias de ex-funcionários do programa The Ellen DeGeneres Show dizendo que ela promovia um “ambiente de trabalho tóxico“. O fato de que a apresentadora e comediante pregava a gentileza e distribuía prêmios para a plateia. Agora, Elle lançou na Netflix o especial de comédia For Your Approval, que estreou na última terça-feira, 25, o qual alega ser sua despedida de vez do entretenimento, além da oportunidade de deixar o showbusiness do seu jeito — exorcizando seu “cancelamento”.
Entre piadas com galinhas e gramática, Ellen DeGeneres ri de si mesma e satiriza ter “sido expulsa do showbusiness” após ser considerada “a pessoa mais odiada da América”. “Não houve cerimônia de premiação nem banquete, nada. Apenas o título. Mas eu fiz uma faixa com esse título e fiquei andando pela casa”, ironizou. De acordo com a apresentadora, ela também liderou uma lista como a “celebridade mais confiável para cuidar de uma criança”. “Porque quando você pensa em crianças, você imediatamente pensa em uma comediante sem filhos e lésbica, certo. Mas quando eles ouviram que eu poderia ser má, eles não queriam mais que eu fosse babá, então não foi tão ruim.”, completou.
Ellen também ressaltou ter sido expulsa duas vezes da indústria. Na primeira, em 1997, a comediante se assumiu lésbica na capa da revista Time e em sua sitcom Ellen (1994–1998), cujo episódio em questão alcançou 44 milhões de pessoas — quase três vezes a audiência normal. A produção recebeu uma onda de críticas dos telespectadores, que acusaram o programa de “promover a homossexualidade”, produtores foram ameaçados de morte e até a atriz Laura Dern, intérprete do interesse amoroso da personagem de Ellen na série, sofreu boicote. Ellen foi cancelado, e a estrela do show ficou na geladeira por alguns anos até dar a volta por cima com seu talk-show The Ellen DeGeneres Show, o qual apresentou por quase duas décadas, entre 2003 e 2022.
“Eu costumava dizer que não me importava com o que as pessoas pensavam de mim. Eu percebo agora, olhando para trás, que eu disse isso no auge da minha popularidade. Eu costumava fazer botox e preenchimento… Quando eu não me importava com o que as pessoas pensavam de mim. Para aqueles que estão contando pontos, esta é a segunda vez que fui expulsa do showbusiness. Eles me expulsaram antes porque eu disse a eles que era gay — não posso ser gay no show business”, relembrou.
A apresentadora reforçou a imagem que sempre construiu, de que é uma pessoa gentil, defendendo, nas entrelinhas, que as denúncias contra ela deveriam ser falsas ou que seu comportamento “brincalhão” foi confundido com toxicidade. “Comecei uma brincadeira de pega-pega em 2016. Eu perseguia [funcionários] por todo o estúdio, eu os assustava porque eu amava fazer isso. Sabe, me ouvir dizer isso em voz alta… Eu estava perseguindo meus funcionários e os aterrorizando… Eu posso ver como isso seria mal interpretado.”, disse.
No final, Ellen conclui com uma reflexão sobre envelhecer, enquanto lida com a demência da própria mãe. “Minha vida inteira estava envolvida no meu programa, e toda a identidade da minha mãe era ser a mãe de Ellen, e agora eu não tenho um programa e ela não sabe que é minha mãe — ela só acha que sou uma senhora legal que vai visitá-la, ou há uma boa chance de ela achar que sou Kelly Ripa.”, brincou ela, que terminou dizendo que espera que seja lembrada como alguém que é amada — em vez de má. Gravado em um grande teatro, o especial cômico contou com uma plateia que não poupou risadas e aplausos à comediante, que exorcizou seu cancelamento dando a palavra final. Um feito tocante aos olhos dos fãs.
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