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Com ‘Terra e Paixão’, Globo pisa na bola outra vez com mocinhas negras

Aline, de Barbara Reis, entra na lista de protagonistas apagadas em novelas das 9 da emissora

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 jan 2024, 14h10 - Publicado em 18 jan 2024, 19h48

Terra e Paixão chega ao fim nesta sexta-feira, 19, e atesta mais uma vez o fracasso da Globo em promover uma mocinha negra na novela das 9. Por mais que tentasse ser relevante na trama de Walcyr Carrasco e Thelma Guedes, a protagonista Aline (Barbara Reis) acabou ofuscada. Quando não era pelo enredo do triângulo amoroso de vilões veteranos formado por Antônio La Selva (Tony Ramos), Irene (Gloria Pires) e Agatha (Eliane Giardini), era pelo romance gay de Kelvin (Diego Martins) e Ramiro (Amaury Lorenzo) ou ainda a dinâmica cômica de Anely (Tatá Werneck) e Luigi (Rainer Cadete). Assim como aconteceu com Aline, as heroínas Helena (Taís Araujo), de Viver a Vida (2009), e Brisa, de Travessia (2023), também terminaram escanteadas de suas próprias histórias.

Viúva no primeiro capítulo após seu marido ser assassinado a mando de Antônio, Aline tinha como objetivo virar uma fazendeira bem-sucedida com o pedaço de terra que herdou do falecido. Para isso, ela precisou enfrentar os “planos infalíveis” do vilão de Tony Ramos, que passou o folhetim inteiro perseguindo o interesse amoroso de Caio (Cauã Reymond). Como sua história só girou em torno dessa briga de cão e gato entre a mocinha e o vilão, a história de Aline termina completamente limitada e esquecível. No meio da novela, até havia uma trama mais interessante com a disputa entre Daniel (Johnny Massaro), Jonatas (Paulo Lessa) e Caio pelo amor da personagem, mas com a morte do primeiro por volta do capítulo 100, isso logo perdeu a graça — assim como sua trajetória, sujeita a repetir o exaustivo bordão de que “ia prosperar e vencer com sua terra vermelha”. Acabou a mercê das vilanias de Antônio, tentando proteger os filhos que espera de Caio, mas sem atributos que cativassem o público.

Em Viver a Vida, Helena também falhou em gerar empatia do público e viu o enredo de Luciana (Aline Moraes) tomar o protagonismo de assalto com o acidente que a tornou paraplégica e sua história de amor com o Dr. Miguel (Mateus Solano). Uma jornada de superação que deveria ser da mocinha ficou justamente com sua antagonista. Já em Travessia, Brisa, que começou a novela como uma vítima de deep fake, viu sua saga ser escoada ao longo dos meses e ao final mal se lembrava o que havia acontecido com a protagonista. A Globo soube desenhar uma ótima protagonista negra com a Sol (Sheron Menezzes) de Vai na Fé, novela das 7 que foi o grande sucesso da emissora no ano passado — mérito do texto brilhante de Rosane Svartmann e seus colaboradores. Para o horário das 9, resta torcer para que um autor um dia consiga o feito de criar uma heroína negra memorável que não seja apagada de sua própria história.

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