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Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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‘Citadel’ e ‘Os Anéis de Poder’ ilustram gastança sem filtros da Amazon

Produções são consideradas caríssimas para o streaming, mas plataforma derrapa para manter qualidade apesar do dinheiro

Por Amanda Capuano Atualizado em 12 Maio 2023, 10h55 - Publicado em 12 Maio 2023, 09h50
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  • Dinheiro é algo que não falta para a Amazon. Empresa mais valiosa do mundo, a marca liderada por Jeff Bezos vale, hoje, 299 bilhões de dólares. Com um poupança gorda como essa, a empresa tem despejado rios de dinheiro no Prime Video, e o pior, com produções que não são exatamente um caso de sucesso no streaming. Aposta mais recente da plataforma, o thriller de espionagem Citadel desembolsou 300 milhões de dólares para os seis episódios da temporada inicial. O gasto de 50 milhões por capítulo coloca o orçamento da série à frente de sucessos de público como Stranger Things (30 milhões) e A Casa do Dragão (20 mihões) — mas até o momento, sem a mesma repercussão.

    Produzida pelos irmãos Russo, responsáveis pelos sucessos de mega-orçamento Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato, Citadel acompanha dois agentes que seguem caminhos diferentes quando um atentado deixa ambos sem memória. Quando a agência de espionagem em que atuavam é ameaçada, figurões vão atrás da dupla para ajudar na disputa contra uma rival. Thriller clássico de espionagem, a produção é estrelada por Richard Madden e Priyanka Chopra Jonas, e o gasto exorbitante é fruto de uma combinação de salários elevados, gravações em diferentes países, cenas complexas e até regravações para deixar tudo da vontade dos diretores. O desenvolvimento, no entanto, se perde em clichês do gênero e não condiz com tamanho investimento. 

    Não é a primeira vez que isso acontece com o streaming. Considerada hoje a série mais cara já feita na televisão, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder gastou 1 bilhão de dólares nas duas primeiras temporadas — sendo 465 milhões na inicial. A trama chegou ao streaming repleta de expectativa pelos visuais estonteantes, e também pelo selo de Tolkien, que carrega consigo uma multidão de fãs. O resultado, porém, decepcionou, e a monotonia do enredo fez com que apenas 45% dos telespectadores chegassem ao final da produção, segundo um relatório do The Hollywood Reporter — o resto, desistiu em algum lugar no meio do caminho.

    Com o bolso cheio de grana, a Amazon não hesita em gastar dinheiro para manter-se na guerra do streaming. A empresa, porém, não parece conseguir emplacar uma identidade própria: a ficção científica Periféricos, por exemplo, também foi alardeada como grande aposta da plataforma, mas não demorou a cair no esquecimento. Além disso, é difícil saber o tamanho exato da repercussão dos programas para além da internet. Isso porque, os assinantes do Amazon Prime Video, na verdade, não são apenas do streaming, mas de um pacote de benefícios da empresa, dificultando a identificação do quanto a plataforma realmente rende para a empresa. Essa associação, inclusive, talvez dê à plataforma uma liberdade maior, já que não depende apenas de si mesma — seria, nesse caso, um chamariz para as pessoas usarem outros serviços da empresa. De uma forma ou de outra, se há tanto dinheiro disponível, melhor seria investir em tramas que valem a pena.

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