Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Tela Plana Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
Continua após publicidade

A resposta do ator de ‘A Casa de Dragão’ atacado por racistas

Steve Toussaint, o Lorde Velaryon, falou a VEJA sobre seu papel na série derivada de Game of Thrones e como lida com os preconceituosos

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 set 2022, 14h45 - Publicado em 19 set 2022, 09h30

Sem a cara fechada e o pomposo figurino de Lorde Valaryon, um nobre da série A Casa do Dragão, o inglês Steve Toussaint é um homem falante, simpático e com excelentes respostas que deixam qualquer ouvinte hipnotizado. Foi assim que o ator de 57 anos conversou com a reportagem de VEJA, via Zoom, para comentar os bastidores da série derivada de Game of Thrones, que, como era esperado, vem fazendo sucesso na HBO. Confira a seguir os destaques da entrevista concedida por Toussaint.

Game of Thrones foi um fenômeno da TV. Quando descobriu que o papel do Lorde Valaryon era seu, por acaso sentiu o peso dessa responsabilidade? Olha, a primeira coisa que um ator sente quando recebe o telefonema do agente dizendo “o papel é seu” é uma alegria imensa. Não é sempre que isso acontece (risos), então parece o melhor dia da sua vida. Mas só entendi a grandiosidade dessa série quando contei para amigos e eles ficaram em choque, me parabenizando, dizendo que minha vida ia mudar. Então eu senti o quão importante era tudo isso.

O anúncio do seu nome no elenco foi seguido por ataques racistas, como se sentiu? Bem, eu sou um homem preto retinto de 1,91m de altura vivendo na Europa. Então já conheço bem o racismo. Mesmo não sendo novidade, me sinto triste, mas fico ainda mais comovido com a contrapartida, com o apoio de muitos e as mensagens positivas. Eu acho que os racistas são minoria, e isso é um indicativo do porque eles fazem tanto barulho e ganham atenção. Quando vejo isso sei que precisamos continuar evoluindo para que essas vozes fiquem cada vez mais fracas, até sumirem. Eu sei que estamos sim em um progresso contínuo, que não parece rápido o suficiente, mas o dia de hoje é sempre melhor do que o dia de ontem.

A mesma reação lamentável ocorreu com outros atores de séries e filmes de fantasia, como Os Anéis do Poder e A Pequena Sereia. Entre os argumentos preconceituosos estão absurdos como os que alegam não ser possível uma sereia ou um elfo negro, mesmo sendo seres fantasiosos. No seu caso, acham impossível a existência de um homem negro entre a nobreza no passado medieval, período o qual a série A Casa do Dragão espelha. Como responde a isso? Primeiro eu acho impressionante como as pessoas acham que não haviam negros na Europa antes do século XX, ou longe de posições de poder. O Império Romano teve um imperador africano, por exemplo. A História Ocidental está repleta de rostos negros, é só pesquisar. E representatividade importa, todas as etnias tem o direito de se verem representadas nestas grandes produções.

Continua após a publicidade
.
Rhaenys Targaryen e Lorde Corlys Velaryon em A Casa do Dragão – (HBO/Divulgação)

A Casa do Dragão é baseada no livro Fogo e Sangue, parte do universo criado por George R.R. Martin. Com tantas referências, ficou mais fácil ou mais difícil compor seu personagem? A atuação é a representação de emoções. Temos o roteiro e os livros, mas, no fim do dia, tudo passa por suas experiências pessoais. Quando tive a primeira reunião com os criadores da série sobre meu personagem, falamos muito sobre paternidade. Ele é um homem de família. Ele é também um homem colérico, guerreiro e ambicioso, mas, no fundo, faz tudo pensando em si e na família também. Eu não tenho filhos, mas ajudei a criar sobrinhos e afilhados, então entendo o sentimento de proteção e cuidado. Eu estou num relacionamento, então entendo o respeito pela minha parceira.

Seu personagem é lorde dos mares, podemos esperar cenas grandiosas em alto mar? Não nessa primeira temporada. Acho que o mais perto disso foi aquela batalha gigantesca na praia, mas não no mar. Vou contar um segredo. Eu descobri recentemente que fico facilmente enjoado em barcos. Mas me falaram que existe medicação para isso, então espero ficar bem se essas cenas chegarem.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.