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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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‘A fé alheia não deve ser piada’, diz criador de ‘The Righteous Gemstones’

Elenco da série da HBO fala a VEJA sobre como foi encontrar o equilíbrio para fazer comédia sobre família de televangelistas sem irritar fiéis

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2024, 23h49 - Publicado em 16 jun 2023, 09h30

Como boa parte dos americanos, o ator e roteirista Danny McBride cresceu em um lar cristão. “Minha família era muito religiosa. Tenho uma tia que foi pastora. Minha mãe chegou a ser líder de grupo infantil da igreja”, conta ele em entrevista a VEJA. Essa experiência foi essencial para McBride criar a trama da série The Righteous Gemstones, comédia da HBO que inicia no domingo, 18, sua terceira temporada – o programa pode ser visto também na plataforma de streaming HBO Max. Na trama, uma família poderosa e um tanto brega de pastores evangélicos se envolve em várias falcatruas enquanto tenta manter o legado do pai, Eli Gemstone, interpretado pelo excelente John Goodman. McBride, que também atua como o filho mais velho Jesse, atrela o sucesso da série ao elenco carismático. Já os demais atores concordam que a força do programa está no roteiro afiado, que faz humor sem ironizar fiéis evangélicos, enquanto alfineta os excessos de uma família de líderes religiosos que está longe (bem longe) de ser santa. 

“É comum em Hollywood a religião ser retratada ironizando as pessoas que fazem parte dela. Não acho que esse é o caminho. A fé alheia não deve ser piada, nem a religião em si”, disse McBride. “A piada aqui é sobre os que usam a religião e a fé de seus seguidores para fins pessoais.” Detestáveis, mas hilários, os Gemstone ainda conseguem um milagre à parte: eles conquistam o público apesar de serem quem são. Eli cometeu erros diversos ao longo de sua trajetória, mas é fácil sentir empatia por ele diante da melancolia causada pelo luto da perda da esposa. Já os três filhos são um pouco mais difíceis de se gostar, mas, após alguns episódios, eles chegam ao coração do espectador. “O roteiro é muito autêntico e mostra que todos somos humanos. Estes personagens estão lutando por algo que é importante para eles. E isso causa identificação”, sugere Cassidy Freeman, que interpreta Amber, a esposa de Jesse. 

A identificação também surge a partir dos estereótipos de personagens fáceis de serem reconhecíveis na vida real de quem já pisou alguma vez na vida em uma igreja cristã. Amber, por exemplo, é a boa e bela esposa do pastor, que ministra cursos para casais enquanto o próprio casamento vive por um fio. Kelvin, o caçula, interpretado por Adam Devine, é relegado ao posto de pastor de jovens, no qual ele promove baladas coloridas e ações exageradas sem pé nem cabeça — no início da terceira temporada, ele está em uma cruzada contra a venda de vibradores e brinquedos sexuais em sex shops. Já Judy, a filha do meio, vivida com alegria pura pela comediante Edi Patterson, se vale dos clichês para subvertê-los. Firmada como pastora e cantora gospel, a única mulher da família é a mais boca suja e perigosa do clã. “Homens sempre podem ser complexos e problemáticos, e o público ainda gosta deles e acha que são engraçados. Então é um prazer viver esse tipo de personagem sendo uma mulher em um universo tão masculino”, diz Edi.

Na nova temporada, o trio de irmãos assume o império criado pelo pai. Mas nem tudo são rosas: a perda de antigos membros da igreja e a dificuldade dos três de conviverem entre si coloca o legado do patriarca em xeque. Enquanto isso, Eli precisa lidar com um fantasma pessoal: o retorno de sua irmã com quem ele não falava há anos. O passado sempre volta para assombrar esses pobres pecadores.

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