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Sobre Palavras Por Sérgio Rodrigues Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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Ironia, ironia…

– Viu que beleza o discurso da presidente? – Beleza por quê? Onde você viu beleza naquilo? – Você está brincando? A mulher não completa uma única frase, é totalmente incapaz de fechar um raciocínio! – Ah, agora entendi. Você estava sendo irônico quando falou em beleza. – Claro que eu estava sendo irônico, cara. […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 04h15 - Publicado em 16 mar 2014, 13h48
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  • – Viu que beleza o discurso da presidente?

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    – Beleza por quê? Onde você viu beleza naquilo?

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    – Você está brincando? A mulher não completa uma única frase, é totalmente incapaz de fechar um raciocínio!

    – Ah, agora entendi. Você estava sendo irônico quando falou em beleza.

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    – Claro que eu estava sendo irônico, cara. Ainda não estou gagá.

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    – Tem que ter cuidado com a ironia, amigo. As pessoas não entendem.

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    – É mesmo? Tenho ouvido muito esse papo. Acho uma balela.

    – Balela, nada. Pura verdade. A decodificação da ironia exige uma sofisticação que a educação brasileira não deixa ao alcance da maioria da popu…

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    – Sei, sei. Então imagina a seguinte cena, mais velha que a minha avó: o guarda prende o batedor de carteira em flagrante e leva o infeliz pra delegacia. Assim que o vê, o delegado diz: “Bonito, hein?”. O batedor de carteira é magrelo, desdentado e analfabeto. Sabe muito bem que bonito não é, e aquilo que faz para ganhar a vida, muito menos. Mas acaba de ouvir aquelas palavras enigmáticas: “Bonito, hein?”. E agora? O batedor de carteira pensa um pouco e conclui então que o delegado: A. é um homem gentil que tenta amenizar a dor daquele momento de vicissitude com um elogio estético hipócrita, mas bem-intencionado; B. está passando uma cantada nele; C. está sendo irônico. Qual é o seu palpite?

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    – Me recuso a responder.

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    – Difícil, né?

    – Você é muito mala mesmo.

    – Parabéns pela sofisticação de decodificar a minha ironia. O batedor de carteira não faria melhor.

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    – Vê se não enche.

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