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Política com Ciência Por Sérgio Praça A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Por que Bolsonaro fracassará?

O caminho para Bolsonaro é muito, muito mais difícil do que parece

Por Sérgio Praça Atualizado em 30 jul 2020, 20h21 - Publicado em 22 ago 2018, 16h12
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  • São tempos auspiciosos para Jair Bolsonaro (PSL). As mais recentes pesquisas Datafolha e Ibope mostram que ele lidera as intenções de voto para presidente quando Lula (PT) é excluído. Já que Lula não será candidato, pois foi condenado por duas instâncias judiciais, os 20%, 22% de Bolsonaro são significativos. Dão a ele uma vantagem inicial – ainda que, como nota o cientista político Rogério Schmitt, entre 50% e 70% dos eleitores estão indecisos ou votariam nulo hoje. (O dado se refere a perguntas espontâneas, não estimuladas. Ou seja, não é apresentada uma lista de nomes para o entrevistado escolher.)

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    Mas Bolsonaro tem pouco a comemorar. Sua ida para o segundo turno é bem mais incerta do que parece. São três os motivos pelos quais o candidato do PSL terá dificuldade para arranjar novos eleitores.

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    Um gêmeo como vice. Um candidato à vice-presidência pode servir para atender interesses de grupos sociais que não estão associados ao cabeça da chapa (como o sulista Lyndon Johnson vice de John Kennedy, católico de Boston, em 1960) ou para aumentar o apoio do presidente no Congresso (como Michel Temer vice de Dilma, Itamar Franco vice de Fernando Collor, Marco Maciel vice de FHC…). Mas o vice de Bolsonaro, General Mourão, defende exatamente o mesmo que o deputado federal. Não defende novidades ou outros grupos políticos. Apenas reforça o mesmo viés ideológico de Bolsonaro. Nada de errado com isso, mas a chapa não ganhou voto nem apoio partidário com essa escolha.

    Falta de organização partidária. O PSL lançou mais candidatura do que qualquer outro partido nesta eleição. São 1.487 candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Isso não é necessariamente bom. Digamos que em um estado são eleitos 60 deputados federais. Qualquer partido pode lançar até 90 candidatos. Caso 5 candidaturas sejam propostas, todo o esforço (e dinheiro!) do partido terá destino claro. Com 90 candidatos, haverá desorganização, disputa, descoordenação da elite política (para usar o termo técnico). É impossível pensar Bolsonaro como candidato do MDB ou PSDB, mas ser do PSL certamente não é vantagem alguma. Muito menos com essa estratégia de lançar o maior número possível de candidatos.

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    18 segundos no horário eleitoral gratuito. Os defensores ardorosos de Bolsonaro destacam como virtude o apoio ao candidato em redes sociais. São 5,5 milhões de seguidores no Facebook, 1,2 milhões no Twitter e 1,6 milhões no Instagram. Infelizmente para o candidato, a pesquisa Ibope mostra que 62% dos eleitores se informam pela televisão. 48% usam a internet. O problema para Bolsonaro é que ele está em campanha na internet há mais de um ano. Já atingiu todos que usam a internet. E não tem novos argumentos – nem tempo, com seus 18 segundos no horário eleitoral – para apresentar aos indecisos.

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