Assine VEJA por R$2,00/semana
Política com Ciência Por Sérgio Praça A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Nos impostos, Temer ao menos é transparente

Os bons economistas do governo sabem que não cumprir a meta fiscal traria mais incerteza econômica do que aumentar impostos

Por Sérgio Praça Atualizado em 30 jul 2020, 20h49 - Publicado em 21 jul 2017, 13h08
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Para que um governo funcione, a sociedade precisa bancá-lo. Não gosta disso e quer Estado zero? Aguente a anarquia e violência. A solução é pagar impostos, mesmo que apenas para custear serviços básicos – definidos, é claro, por um contrato (informal) entre cidadãos e políticos. Alguns países, como o Brasil, consideram o acesso de qualquer cidadão ao sistema de saúde como um direito a ser custeado pelo dinheiro de impostos. Em outros países, como os Estados Unidos, a discussão sobre o direito a serviços de saúde divide os dois principais partidos políticos. O debate (ainda incipiente) aqui se dá sobre a qualidade das políticas públicas sociais.

    Publicidade

    O aumento dos impostos sobre combustíveis anunciado ontem, e estranhamente ausente do site do Ministério da Fazenda, pretende gerar arrecadação extra de R$ 10,4 bilhões. O aumento mais importante é o da alíquota sobre o litro de gasolina, que agora chegará a 79 centavos por litro. O governo também anunciou um congelamento de R$ 5,9 bilhões até que haja dinheiro suficiente em caixa para cumprir a meta fiscal e custear os serviços da burocracia federal. Em outras palavras, o governo de Michel Temer (PMDB) não vai fingir que está tudo bem mesmo sem ter dinheiro, como fazia o governo de Dilma Rousseff (PT).

    Publicidade

    No entanto, essa medida é obviamente indesejável em um país que tem carga tributária altíssima. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criou um pato gigante para ilustrar seu bordão “não vamos pagar o pato” com aumento de impostos.

    A equipe de Henrique Meirelles é séria, responsável e muito bem preparada academicamente. Sabem que aumentar a tributação é horrível, mas pior ainda seria não cumprir a meta fiscal. Isso traria ainda mais incerteza econômica para o país e diminuiria a geração de empregos. (Grande parte da incerteza sobre o estado da economia é causada, claro, pelo próprio governo em seus outros ministérios.) Os economistas estão apresentando o dilema que Dilma escondeu por tanto tempo: se você quer governo, tem que pagar por ele. E se você quer que o governo gaste com você e não com políticas públicas ineficientes (Ciência sem Fronteiras) ou empréstimos a juros baixos, danosos para o contribuinte, para a JBS e Odebrecht, você tem que saber como os gastos estão sendo realizados e cobrar os governantes para mudá-los.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Ao menos nisso Michel Temer é mais transparente do que Dilma Rousseff. Em todo o resto são muito, muito parecidos.

    (Entre em contato pelo meu site pessoal, Facebook e Twitter)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.