Quatro horas após o assassinato de oito pessoas em uma escola de Suzano, no interior de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ainda não havia publicado algo em seu Twitter sobre o acontecido. O último tweet foi sobre a safra de milho.
Uma de suas primeiras medidas no governo foi o Decreto 9.685/2019, que torna muito mais fácil ter armas de fogo em casa. Antes do decreto, um delegado da polícia federal analisava o que a pessoa apresentava como justificativa para comprar uma arma e decidia se ela poderia ou não, considerando diversos critérios.
Na cerimônia de assinatura do decreto, Bolsonaro disse: “O grande problema que tínhamos na lei é a comprovação da efetiva necessidade. Isso beirava (sic) a subjetividade. (…) Chegamos à conclusão de que tínhamos como fazer justiça … [para] que o cidadão pudesse então [ter uma arma] sem depender da discricionariedade [do órgão burocrático], observando alguns outros critérios”.
É óbvio que não se pode culpar diretamente o presidente de um país por todas as tragédias que nele acontecem. Até porque o decreto manteve exigências importantes para conseguir a posse de arma como: obrigatoriedade de cursos, ter ao menos 25 anos, não estar respondendo a inquérito policial ou processo criminal e não ter antecedentes criminais. Não é qualquer um que o Estado autoriza a ter arma.
Mas as palavras e decretos de presidentes importam para muito além da interpretação literal. E, até agora, tudo que sai das mãos e da boca de Jair Bolsonaro mais convida à violência do que à paz. Não é à toa que tanta gente sente saudade dos políticos corruptos clássicos.
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