Não se fala em outra coisa na equipe de transição para a Casa Branca. O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anda chateado, cabisbaixo, amuado. Só tem olhos para seu celular. Mas logo vê que é só Macron ou a Angela Merkel ou o Boris Johnson. E volta ao seu estado de tristeza. Ele queria que fosse Jair Bolsonaro. Que até hoje jamais telefonou para dizer que sim, reconhece sua vitória.
Biden nem dorme mais. Se dorme, acorda de madrugada chamando por “Jair”. Sua vice, Kamala Harris, telefona todos os dias para ele repetindo: “Nós conseguimos, Joe! Você vai ser o próximo presidente dos Estados Unidos!”. Mas Biden não se altera. Há quem diga que ele não toma posse se Bolsonaro não telefonar. Com medo, seus assessores estão entrando em contato com Marcelo Adnet, para criar uma ligação falsa.
Publicado em VEJA de 9 de dezembro de 2020, edição nº 2716