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Tarcísio de Freitas segue sendo refém de Bolsonaro

O governador de São Paulo cultiva a imagem de gestor moderado, mas corteja o bolsonarismo-raiz com um presente de dezenas de milhões de reais

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 nov 2023, 18h11

Tarcísio de Freitas deu anistia para Bolsonaro (e mais uma porção de bolsonaristas) em relação a multas por descumprimento de medidas sanitárias durante a pandemia. O ex-chefe do governador ganhou um mimo de cerca de um milhão de reais. O custo total aos cofres públicos será de 72 milhões.

Tarcísio é uma figura interessante. Durante anos, foi um tecnocrata obscuro e sem coloração ideológica definida. Nessa condição, trabalhou, sem maior destaque, nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer.

Quando o bonde do bolsonarismo passou, não hesitou em subir. Mas, na esperança de não se deixar conspurcar pelo radicalismo do chefe, tentou se apresentar ao grande público como um “técnico” sensato e objetivo (outros, como Tereza Cristina e Marcos Pontes, tentaram a mesma coisa),

Com um pé na “independência” e outro em uma bajulação incondicional — na infame reunião de 22 de abril de 2020, chegou a dizer que Bolsonaro sairia da pandemia como um líder comparável a Churchill e Roosevelt (constrangido, o próprio ministro riu amarelo) — Tarcísio foi se equilibrando como pôde. E assim se elegeu governador de São Paulo.

E assim segue a vida. Para projetar a imagem de gestor moderado, Tarcísio faz declarações sensatas, se relaciona republicanamente com o Lula e o governo petista e (contra Bolsonaro) apoiou a reforma tributária. Para cortejar o bolsonarismo-raiz, Tarcísio sabota o programa de instalação de câmaras corporais em sua polícia — a qual elogia incondicionalmente quando ela faz operações que matam dezenas de pessoas. E agora concede essa anistia.

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Não é uma conduta admirável, mas Tarcísio não tem alternativa. Sem o bolsonarismo, se inviabiliza eleitoralmente; se ficar com ele de corpo e alma, também. Tarcísio continuará se equilibrando, com um pé em cada canoa, indefinidamente. Assim pretende se eleger presidente da República.

O equilíbrio é tênue. E vai se tornar mais tênue à medida que os processos criminais contra Bolsonaro evoluírem.

Chegará ao auge na campanha eleitoral de 2026.

(Por Ricardo Rangel em 9 de novembro de 2023)

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