Hamas é terrorista? Governo Lula firme no muro
Celso Amorim acha que a definição não cabe ao Brasil, mas ao Conselho de Segurança (do qual o Brasil... é presidente)
O governo Lula, como se sabe, não classifica o Hamas como “terrorista”. Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos especiais, considera que essa é “uma” questão, mas “não é a questão central”.
Até aí, tudo bem. A questão central de fato é condenar os atos do Hamas, o que o Brasil felizmente fez. Mas Amorim, formulador da política internacional do governo Lula, prossegue: “esse rótulo, essa qualificação, só aceitamos a que é dada pelo Conselho de Segurança da ONU”.
Parece fazer sentido à primeira vista, mas é só uma maneira confortável de fugir do assunto… e se manter no muro. Afinal, Lula, que tem opinião sobre tudo e todos, precisa do Conselho para ter opinião sobre algo tão simples e óbvio, por quê? O que é espantoso, no entanto, é Amorim falar do Conselho de Segurança na terceira pessoa, como se fosse uma entidade completamente alheia a ele e ao Brasil.
Ora, o Brasil não só é integrante do Conselho como é seu atual presidente. Se o Brasil acha que o Hamas é terrorista, que o diga com clareza e tente influenciar os demais integrantes do Conselho para apoiar sua posição. Fugir do assunto só sugere que, no fundo, acha que os métodos do Hamas são legítimos, só houve um erro na dose desta vez. O que, como se sabe, é a opinião de grande parte dos petistas.
Um dos sonhos de Lula era transformar o Brasil em um grande líder diplomático mundial. Lula começou botando a culpa na vítima na invasão da Ucrânia. Prosseguiu afirmando que a Venezuela é uma democracia. Agora se recusa a chamar de terrorista um grupo que pode ser classificado como terrorista em rigorosamente qualquer definição.
Assim fica difícil realizar o sonho.