Com a reportagem “Vai mudar tudo, menos o mérito”, VEJA de 15 de abril de 2009 apresentou o novo sistema de qualificação de estudantes que o Brasil estava para estrear, e que ficou conhecido como novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). “Trata-se da maior mudança já feita no concurso [vestibular] desde 1911, quando ele surgiu no Brasil. Uma verdadeira revolução.”
O novo Enem foi apresentado por VEJA como um “teste mais enxuto e menos voltado para a memorização”. A reportagem explicava que uma mudança radical em relação ao já aplicado há uma década Enem era que a prova seria unificada, “isso significa que, com uma única nota, os alunos poderão tentar o ingresso em mais de uma faculdade”, cabendo a cada universidade, pública ou particular, “decidir se vai adotar o modelo ou manter o vestibular”. O então presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, ajudava a esclarecer como seria o teste como o novo sistema. “A prova ficará no meio do caminho entre o excesso de informações cobradas no vestibular e o pouco conteúdo do antigo Enem. Testará mais a capacidade de solucionar problemas da vida real do que o conhecimento acumulado.”
Na edição, a revista trouxe ainda modelos de questões elaboradas pelo MEC para mostrar as diferenças entre o novo Enem, o antigo e os vestibulares tradicionais. E como elas são atemporais, clique aqui e tente solucionar os desafios.
O novo sistema adotado pelo MEC trazia, além da vantagem de evitar várias provas para candidatos que tentavam mais de uma de uma faculdade, a chance de “pleitear vagas em mais estados, sem que precise cruzar o país para fazer uma prova”.
“Com o sistema unificado, é bem possível que os melhores estudantes de todas as partes do país passem a procurar as universidades de maior excelência. Essas, certamente, vão se beneficiar disso — e vice-versa”, diz o texto.
Para defender o novo Enem, VEJA descreveu os maiores problemas apontados no exame vestibular. “Poucos processos seletivos no mundo demandam dos jovens conhecimento sobre tanta matéria. Só na área de ciências, o vestibular cobra um currículo de setenta itens.” E mais: “O excesso de matérias exigidas no vestibular tem um efeito desastroso sobre as escolas brasileiras. Para tentarem contemplar tudo o que cai no exame, elas produzem currículos gigantescos, baseadas na ideia de quanto maior, melhor. Em poucas escolas de ensino do mundo se ensina tanta física, química, biologia, matemática. Nos outros países, a grade de matérias é bem mais diversificada e flexível. Pode soar como uma vantagem brasileira, mas é exatamente o oposto”, explica a matéria, acrescentando que ensinar tanta coisa em tão pouco tempo resulta num aprendizado superficial.
“A mudança no vestibular pode, portanto, contribuir para a necessária melhora do ensino médio — e ajudar a livras as escolas brasileiras da velha cultura do decoreba”, prossegue a reportagem. Leia o texto na íntegra clicando aqui.