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Universidade paulista X universidade lulista

A USP não está em greve. Os alunos querem aula. Estão parados os de sempre, os estudantes profissionais. Vejam o caso da FEA, por exemplo. Quem estuda ali quer ser economista ou administrador, e não especialista na revolução que nunca haverá. Mais: está empenhado em ter uma boa formação — também em ser analista crítico […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h28 - Publicado em 16 Maio 2007, 14h53
A USP não está em greve. Os alunos querem aula. Estão parados os de sempre, os estudantes profissionais. Vejam o caso da FEA, por exemplo. Quem estuda ali quer ser economista ou administrador, e não especialista na revolução que nunca haverá. Mais: está empenhado em ter uma boa formação — também em ser analista crítico do país, sem dúvida (há até professores que ainda são marxistas, imaginem só…) —, mas pretende se livrar logo da canga paterna (alguns já livres) para ganhar a vida; quer ser dono do próprio nariz e senhor do próprio destino. A FEA fez assembléia e decidiu: as aulas continuam.

Já os adolescentes retardados que vivem pendurados nas tetas da família, de algum partido ou ONG (muitos desses adolescentes já poderiam ter direitos garantidos pelo Estatuto do Idoso), bem, estes só pensam na greve. Eles querem nos fazer crer que se trata de um problema político, mas é mentira, como sempre. A questão é psicanalítica. Falta o quê? Limite familiar, puxão de orelha, autoridade. É por isso que qualquer analista logo identificaria o que querem as Mafaldinhas e Remelentos: polícia. Sua invasão é um grito de socorro: “Alguém nos reprima, pelo amor de Deus, já que nossas famílias não conseguiram cumprir a contento a tarefa”. Querem um pai para chamar de seu, mesmo que esse pai seja eu, hehe. Huuummm. Não tenho vocação para lidar com preguiçosos arrogantes. Falta-lhes é um chute no traseiro (metafórico, é claro…). Se, um dia, as minhas filhas invadirem prédio público num regime democrático, não terão meu apoio. Levarão é um puxão de orelha.

A esperança da greve era a tropa de choque do Sintusp, um sindicato que não consegue passar pela maioria dos dispositivos do artigo 5º da Constituição Federal. É aquele cujo caput diz o seguinte: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”. É o fascismo disfarçado de socialismo; é o diabo disfarçado de capeta. Nem a paralisação dos funcionários — que estão submetidos a métodos violentos, constrangedores — é integral.

Alô, alunos da USP: hora de resistir. Estão em confronto dois modelos de universidade:

1) o de São Paulo, em que vigora a autonomia universitária;
2) o de Lula, do PT e das esquerdas, que entrega o terceiro grau para as mantenedoras privadas, amigas do poder, que são alimentadas com o leite de pata do dinheiro público do ProUni, sem precisar oferecer nem mesmo qualidade.

Que fique claro: eu sou crítico da gratuidade. Acho que é preciso cobrar de quem pode pagar. E quem não pode deveria estar obrigado a alguma forma de ressarcimento social pelo bem que recebe do conjunto dos paulistas. Mas este sou eu. Serra não quer nem ouvir falar em cobrar mensalidades das três universidades estaduais. Eu já o entrevistei a respeito do tema. Ele me disse que a estrutura que seria criada para distinguir os que podem ou não apagar acabaria sendo cara, ineficiente e contraproducente. E há também o princípio: ele é favorável ao ensino universitário público e gratuito.

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Mesmo sendo crítico do modelo paulista, é óbvio que eu o considero melhor do que o modelo lulista. Ou, por acaso, nos quatro anos e meio de governo Lula, as universidades federais e as privadas (ops!) que o PT financia conseguiram competir com USP, Unicamp e Unesp? E vejam que coisa: por lá, a extrema esquerda não promove baderna, não é? Ela vem fazer bagunça justamente no modelo que funciona melhor, embora muito longe do ideal.

Resistam, uspianos! Defender a greve é dar um tiro no próprio pé. Os paulistas desdentados podem começar a achar que não vale a pena sustentá-los.

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