O leitor precisa compreender que é impossível dizer tudo ao mesmo tempo. Eu acho que pode dar segundo turno? É claro que acho, pô! A subida de Alckmin no Ibope é lenta, mas é contínua. A cobertura da TV sobre a crise voltou a ser de uma espantosa clareza. Embora o caso seja de compreensão difícil porque muito enrolado. A campanha tucana, hoje, na TV foi perfeita. É só não recuar. Saibam o seguinte: monitoramentos por telefone feitos até a tarde desta quinta, do PT e do PSDB-PFL, indicavam um quadro absolutamente estável nas duas candidaturas. Isso é informação. Vale dizer: até hoje à tarde, o escândalo ainda não tinha encontrado tradução popular. E por que o desespero do PT? E por que Lula fala sobre o assunto? E por que o tom defensivo ao menos em parte do programa? Porque os especialistas em opinião pública sabem que essas coisas são como uma vírus de alta letalidade. É abrir uma “janelinha” para a compreensão do “povo” (ou até para a incompreensão no caso de boatos, de mentiras), ninguém segura. Uma candidatura que resiste muito bem, a depender do tipo de ataque especulativo que sofra, se desmancha. Viu-se isso em 2002 com Ciro Gomes, destruído pelo PT, de quem agora puxa o saco. Outra informação: o PT acha o assunto explosivo e avalia que o jornalismo não vai abandonar o caso. Um segundo turno passa a ser perigosíssimo para Lula. Uma coisa é haver mais 10 dias de campanha com o tema ocupando o noticiário; outra, bem diferente, mais 40. Todos sabemos que se está apenas no começo. Esta crise já começou do meio para cima. Pode transbordar a qualquer momento. Petistas também desenham cenários para um eventual segundo mandato. Como Lula recuperaria a credibilidade junto aos setores médios da população? Há mesmo quem ache que vencer no primeiro turno já virou questão de vida ou morte para ele. Pois, então, que não vença…