Sérgio Guerra tenta explicar o imbróglio tucano
Sérgio Guerra, presidente do PSDB, concedeu uma entrevista ao Estadão Online, que segue abaixo. Leiam. Comento no post seguinte. “Eu sou candidato. Serra nunca disse que é” Por Christiane Samarco: Acusado de tomar uma “atitude indigna”, ao estimular uma lista de apoios de tucanos para reelegê-lo presidente do PSDB, o deputado eleito Sérgio Guerra (PE) […]
Sérgio Guerra, presidente do PSDB, concedeu uma entrevista ao Estadão Online, que segue abaixo. Leiam. Comento no post seguinte.
“Eu sou candidato. Serra nunca disse que é”
Por Christiane Samarco:
Acusado de tomar uma “atitude indigna”, ao estimular uma lista de apoios de tucanos para reelegê-lo presidente do PSDB, o deputado eleito Sérgio Guerra (PE) afirma que não houve conspiração nem contestação a quem quer que seja no movimento da bancada da Câmara. Decidido a manter sua candidatura à presidência do partido, Guerra argumenta que sua indicação foi determinada pela naturalidade da escolha e sustenta a tese de que a bancada tem autonomia para tomar esta decisão.
O deputado Jutahy Magalhães, ligado a Serra, referiu-se ao abaixo assinado em favor de sua reeleição como atitude “indigna”.
Não houve conspiração nem contestação a ninguém. Me candidatar a presidente e ser indicado por uma bancada significa traição? Não tem nada a ver. Por que não posso ser candidato a presidente? Por que não posso ser indicado pela bancada? O que todos desejamos é democracia interna. Não queremos ver o PSDB em uma polêmica precipitada e indesejada, pela qual já pagamos elevado preço.
É uma referência à disputa entre os grupos de Serra e Aécio que o PSDB não quer reeditar em 2014?
Estamos decididos a deletar esta questão de alas para o PSDB poder avançar. Precisamos de mineiros e paulistas para eleger o próximo presidente, e grupos são algo que, definitivamente, o conjunto do partido não quer.
Mas com sua indicação para a presidência e a do senador Tasso Jereissati (CE) para o Instituto Teotônio Vilela (ITV) o ex-governador não vai ficar sem espaço no partido?
De jeito nenhum. Eu fiz a campanha do Serra para presidente e o Tasso trabalhou por ele no Ceará com muita intensidade. Essas escolhas não são contra ninguém; são a favor do partido e da oposição brasileira.
Mas isto não deixa Serra sem espaço para trabalhar uma eventual recandidatura a presidente em 2014?
José Serra não foi candidato com nosso apoio entusiasmado em função de espaço no partido, mas porque era o candidato que representava maiores condições de vitória. Todos estimamos nossos líderes e os consideramos competentes. Em uma eventual candidatura de qualquer um deles no futuro, o que o partido vai querer é que o escolhido seja competitivo e que possa vencer a eleição. Foi assim em 2010.
Se o Serra quiser presidir o partido o senhor abre mão da candidatura?
Eu sou candidato. O Serra até agora nunca disse que o é. Ao contrário, até pediu que eu me candidatasse à reeleição e fizesse minha campanha. Eu não estou aí para fomentar briga com ninguém. Sobre Serra, repito o que já disse: Ele pode ser o que quiser no partido, até porque até ontem eu estava na rua defendendo o nome dele para presidente da República. As bancadas da Câmara e do Senado fizeram indicações sem consulta prévia porque têm autonomia para isto e querem ter protagonismo nas decisões do partido.
Mas o abaixo-assinado da bancada a seu favor sacramenta seu nome na presidência do PSDB a partir de maio?
Claro que não. A lista apenas indica que meu nome seria a escolha natural do partido.
O senhor consultou os governadores sobre a lista de apoios para mantê-lo no comando do PSDB?
Não consultei ninguém. Informei ao doutor Geraldo que havia este movimento e ele ponderou a questão da oportunidade. Com outros governadores e outras lideranças, falei depois.
Falou com Serra depois do abaixo-assinado?
Não o procurei, nem ele me procurou. Mas também não falei com Aécio, nem antes, nem depois.
Tem fila para candidato a presidente no PSDB?
As circunstâncias futuras dirão quem será o melhor candidato do partido em 2014. Olhando para frente, só vejo que é preciso fazer uma grande mudança na forma de o partido funcionar. Não foi só Aécio quem falou nisso. Muitos líderes defenderam esta tese, inclusive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.