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Reinaldo Azevedo Por Blog Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Rejeite a fantasia, fique com os fatos: Collor, mais uma vez, tenta intimidar a imprensa, mas maioria rejeita vendeta. Ou: O petista que não quer “devassar” a Delta, mas quer devassar a imprensa!

Vamos lá. Vocês podem confiar neste relato ou no daqueles que divulgaram aos quatro ventos que havia 200 ligações (!) entre o jornalista da VEJA e Carlinhos Cachoeira… Até agora, nada de publicar o desmentido. Bando de vigaristas!!! Vocês podem ficar com os fatos ou com aqueles que se juntaram a mensaleiros e chefes de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h50 - Publicado em 17 Maio 2012, 17h37
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  • Vamos lá. Vocês podem confiar neste relato ou no daqueles que divulgaram aos quatro ventos que havia 200 ligações (!) entre o jornalista da VEJA e Carlinhos Cachoeira… Até agora, nada de publicar o desmentido. Bando de vigaristas!!! Vocês podem ficar com os fatos ou com aqueles que se juntaram a mensaleiros e chefes de quadrilha para fazer da CPI um instrumento de intimidação da imprensa. O relato abaixo tem algumas tecnicalidades. Mas assim são os fatos. E é bom prestar atenção aos detalhes para não cair na conversa de pistoleiros.

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    A CPI tinha de votar hoje um monte de requerimentos (ver post anterior). Votou. Por enquanto, não se falou da convocação nem de governadores nem de Fernando Cavendish. É isto mesmo: Fernando Collor — aquele cujos familiares, segundo a PF, a Interpol e o FBI compraram o fajuto Dossiê Cayman — e alguns petistas da CPI não estão interessados nessas coisas. Eles querem é satanizar o jornalismo independente; eles querem é mandar um recado: “Quem se atreve a nos investigar um dia será enviado ao paredão!”. Adiante.

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    Collor apresentou na semana passada um requerimento pedindo que fossem pinçadas, do conjunto dos grampos das operações Vegas e Monte Carlo, a transcrição de todas as eventuais conversas que citam o nome do jornalista Policarpo Júnior, da VEJA. Segundo disse, “é necessário que pincemos esses trechos para que fique comprovado um conluio entre Policarpo Júnior e Cachoeira”.  Como se percebe, sua fala não deixa a menor dúvida: ele não quer apurar nada; ele já tem a sentença de condenação… da imprensa!!! A propósito: “conluio” uma ova! Conluio fizeram aqueles que compraram o Dossiê Cayman de bandidos para praticar bandidagens!

    O senador apresentou o requerimento na semana passada. O relator, Odair Cunha (PT-MG), poderia tê-lo posto para votar ou não, já que a fila era gigantesca. Não teve dúvida: pôs! Portanto, a acusação de que o relator estaria “aliviando” a situação da VEJA é uma piada ridícula. Até porque não há o que aliviar. Qual é a nova acusação agora do subjornalismo aloprado? Ora a revista estaria conspirando contra o PT, ora com os petistas? Essa gente não se cansa? Não se envergonha?

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    Qual é o ponto?
    As transcrições das gravações — aquelas que, segundo os dois delegados, evidenciam uma relação normal entre repórter e fonte — fatalmente chegarão aos parlamentares. Até porque os áudios já circulam por aí. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) foi ao ponto: lembrou que o senador Pedro Taques (PDT-MT) já havia feito o requerimento para que a comissão tivesse acesso à transcrição de TODAS as conversas e que, pois, o requerimento de Collor estava prejudicado. Segundo a senadora, Collor estava tentando “constranger a imprensa” e “tutelar a relação do jornalista com suas fontes”.

    Kátia não foi a única a reagir com indignação. Parlamentares da oposição e da base aliada perceberam a manobra e a repudiaram. “A proposta abre um precedente perigoso e inominável”, afirmou o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). Taques classificou o requerimento de “absolutamente inconstitucional e ridículo” e disse que parecia mais “vingança e autoritarismo”. O deputado Silvio Costa (PE), do PTB, mesmo partido de Collor, afirmou: “Nós não podemos transformar esta CPI numa espécie de paraíso do revanchismo. Senador Collor, se reencontre com o país”. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e o senador Humberto Costa (PT-PE) apoiaram, evidentemente, com a… tentativa de vendeta.

    No fim das contas, Odair Cunha, o relator, acabou concordando com o óbvio: se havia, como apontou a senadora Kátia Abreu, o requerimento de Taques para que se tivesse acesso a todas as transcrições, o de Collor não fazia sentido, estava prejudicado. A menos, claro!, e isto digo eu, que o relator abandonasse o seu papel institucional para integrar a pantomima persecutória do senador de Alagoas.

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    Teste
    REITERO: todos terão acesso às transcrições de todas as conversas, pouco importa quem seja citado. Collor estava fazendo um teste, verificando se ações persecutórias contra a imprensa podem ou não prosperar na CPI. A reação nesta quinta-feira foi positiva. Não há absolutamente nada — RIGOROSAMENTE NADA!!! — que incrimine ou ponha sob suspeita qualquer profissional ligado à revista. “Ah, se é assim, então que se aprove o requerimento; que o Policarpo vá depor, que isso, que aquilo…” ERRADO! CEM POR CENTO ERRADO! Transformar a CPI do Cachoeira na “CPI da Imprensa” era tudo o que queriam os mensaleiros e seus defensores desde o começo. Só deram apoio à comissão na esperança de ter um palco para suas acusações despropositadas, numa tentativa de vingança.

    E se vingar do quê? Do nada! Apostam na sua capacidade de criar falsas evidências, de pôr para circular mentiras (como as inexistentes 200 ligações entre Cachoeira e Policarpo), de usar a rede suja na Internet para espalhar ilações infundadas. Que se ouçam todas as fitas! Que todas as transcrições venham a público — como, aliás, estão vindo! E se verificará que nada há nelas que evidencie um passo além do que permite a ética profissional.

    Se Collor tivesse sido bem-sucedido nesta quinta, poderia ter a esperança de fazer a tão sonhada CPI da Imprensa. Ele espera por isso há 20 anos! Ele espera por isso desde que Pedro, seu irmão, apareceu na capa da VEJA contando tudo.

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    Para encerrar
    Olhem que mimo: Paulo Teixeira, que apoiou entusiasticamente a proposta de Collor, manifestou-se contra a quebra de sigilo da Delta em escala nacional. Afirmou: “A generalização cheira a devassa”. Entendi! A Delta, íntima do esquema Cachoeira, como vimos, que tem R$ 4 bilhões em contratos com o governo federal, não pode ser “devassada”. Isso Teixeira não quer! Ele defende é que se faça uma devassa nas conversas de jornalistas com suas fontes. E conta, para tanto, com a ajuda de Collor, aquele que, segundo a PF, o FBI e a Interpol, recebeu o Dossiê Cayman, que custou mais US$ 2 milhões.

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