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Reforma ministerial – É um milagre que Dilma ainda seja presidente; a política não costuma aguentar tantos desaforos

Indago num outro post (leiam) com quem Dilma Rousseff aprendeu a fazer política. A minha conclusão é que só teve maus professores: primeiro os terroristas de duas organizações clandestinas; depois, Leonel Brizola; na sequência, Lula. Como se diz em Dois Córregos, em matéria de teoria, com isso, não se faz um capuz para um dedo. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h26 - Publicado em 22 set 2015, 04h39

Indago num outro post (leiam) com quem Dilma Rousseff aprendeu a fazer política. A minha conclusão é que só teve maus professores: primeiro os terroristas de duas organizações clandestinas; depois, Leonel Brizola; na sequência, Lula. Como se diz em Dois Córregos, em matéria de teoria, com isso, não se faz um capuz para um dedo. É quase nada. E isso explica as monumentais trapalhadas.

Dilma decidiu fazer a sua “reforma ministerial” — aquela que foi anunciada por Nelson Barbosa antes que a presidente tivesse ao menos um desenho em mente. E, ora, ora, ainda que tenha sido desaconselhada por Michel Temer, o vice, a cuidar agora desse assunto, ela decidiu ir adiante. Pense você aí em casa ou no trabalho, leitor amigo. Na situação de Dilma, hoje em dia, você começaria a discutir quantos ministros o PMDB vai perder?

Ah, eu não faria isso. Eu começaria a passar o facão no PT, meu partido — quero dizer, dela — para dar o exemplo. Diminuiria substancialmente o poder desproporcional que tem a legenda, para, então, demonstrando que a determinação é mesmo cortar na carne, chegar ao PMDB. Muito bem: segundo informações preliminares, sabem quais pastas os companheiros perderiam?  Direitos Humanos, Igualdade Racial e Mulheres. Adivinhem quantos partidos não gostariam de tê-las…

Ora, tenham a santa paciência! O PMDB ocupa hoje os seguintes ministérios: Minas e Energia, Agricultura, Turismo, Pesca, Portos e Aviação Civil. Importantes aí, convenham, só os dois primeiros. O senso comum estaria a indicar que Dilma deveria é proceder a uma partilha mais equânime entre petistas e peemedebistas, né? Mas quê… Ela pretende que o principal partido da base perca duas pastas, que seriam absorvidas por outras: a da Pesca iria para a Agricultura — de onde nunca deveria ter saído —, e a do Turismo, para o Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que nem está com o PMDB.

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Só para lembrar, caros: estão com petistas explícitos ou que não ousam dizer seu nome, como Renato Janine Ribeiro, as seguintes áreas: Advocacia-Geral da União, Casa Civil, Comunicação Social, Comunicações, Controladoria-Geral da União, Cultura, Defesa, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Educação, Igualdade Racial, Justiça, Planejamento, Mulheres, Saúde e Secretaria-Geral da Presidência…

Entenderam? Com 17 pastas, o PT toparia abrir mão de três irrelevâncias. E Dilma ainda quer tomar duas das seis que estão a cargo do PMDB. Talvez Dilma aceite dar aos peemedebistas a Saúde, um presente que eu recusaria hoje em dia de imediato.

Ora, não por acaso, o PMDB agradeceu o convite para indicar nomes para uma eventual reforma. Temer se dispensou de fazer sugestões. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, não escondeu que foi convidado a dar pitaco no assunto, mas preferiu ficar longe da confusão. Nem Renan Calheiros (PMDB-AL), uma das apostas de Dilma para a tal governabilidade, quis saber do assunto.

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A conversa da reforma ministerial, que traria junto uma pequena reforma administrativa, nasceu torta para não acontecer.

No fim das contas, estamos com as chamadas variações em torno do mesmo tema, não é? Dilma deveria saber que o que não tem solução, ora vejam, solucionado está. Ela sabe qual é, para ela, hoje, a melhor saída. É a única saída.

Ah, sim: você, leitor, dado o ambiente, discutiria reforma ministerial às vésperas da votação do relatório do TCU?

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Convenham: é um milagre que Dilma ainda seja presidente. A política não costuma aguentar tantos desaforos.

Texto publicado originalmente às 2h36
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