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Raposa Serra do Sol – “É o ano mais triste da minha vida”, diz fazendeiro de 87 anos

No Estadão: A comemoração do primeiro aniversário da demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, no Dia do Índio, é para Joaquim Correa de Melo, 87 anos, uma “afronta” e um “marco doloroso” no que ele chama de “o ano mais triste da minha vida”. Ele faz parte do grupo de pessoas que moravam em […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h30 - Publicado em 19 abr 2010, 06h27

No Estadão:
A comemoração do primeiro aniversário da demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, no Dia do Índio, é para Joaquim Correa de Melo, 87 anos, uma “afronta” e um “marco doloroso” no que ele chama de “o ano mais triste da minha vida”. Ele faz parte do grupo de pessoas que moravam em terras da reserva e no dia 22 de março de 2009 foram obrigadas, por decisão do STF, a “deixar para trás uma vida inteira”.

O pecuarista Melo enxuga as lágrimas, diz que passa as noites “acordado e remoendo” e se diz “inconformado” porque sua família estava na fazenda Caracaramã, na beira do Rio Maú, município de Normandia, desde 1816. “Nasci ali e pensei que ia passar ali o resto dos meus dias.” Não esquece que, “na primeira campanha que disputou”, em 1989, o então candidato Lula esteve na casa dele. “Foi muito bem recebido e achou tudo muito bom. Agora fala em nação indígena, vem fazer festa, mas não vê que muitos de nós estão vivendo de favor na casa dos filhos”, desabafou.

Melo não se conforma que o governo tenha preferido expulsar “pessoas de meia idade e idosos”, a negociar a convivência da população com os índios da região. “Já tive muita saúde, mas, a esta altura da vida, não temos mais como trabalhar feito desbravadores em uma área completamente inexplorada”, disse. “Numa emergência a quem vamos recorrer?” Ele se refere às terras na região da vila Vilhena, no município de Bonfim. “Não dá nem para chegar lá, muito menos para morar”, afirmou.

“Saí de lá (Normandia) e entreguei a chave da minha casa com tudo dentro para os índios”, lembrou ao reclamar da nova área destinada a cerca de 40 produtores “expulsos das terras” e indenizados, no caso dele, com R$ 360 mil. “A indenização não dá sequer para custear as despesas de assentamento na nova região”, diz. O gado e os cavalos que ele tirou da antiga fazenda estão em terras alugadas.

“A vida em Roraima está muito difícil. As pessoas têm medo de vir pra cá, têm medo de aparecerem mais índios e o governo tomar o que restou.” Melo já decidiu que vai votar “em branco” nas próximas eleições.

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