Por Marcela Mattos e Felipe Frazão, na VEJA.com:
Peemedebistas chegaram a propor a Picciani fazer um sorteio dos oito deputados – medida de pronto rechaçada por ele. Em seguida, alguns deles reuniram-se sem o líder em busca de uma alternativa e passaram a disparar ofícios em papel timbrado da Câmara formalizando a intenção de integrar o colegiado.
Antes aliados de primeira hora, Picciani e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se afastaram em meados deste ano. O motivo foi justamente o fato de estarem em lados opostos sobre o apoio ao governo. Na manhã desta quinta-feira, em uma tentativa de reaproximação, o líder do PMDB se reuniu com Cunha em seu gabinete.
A família de Leonardo Picciani fez campanha pelo adversário de Dilma nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Um dos caciques do PMDB fluminense, o pai dele e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, era um dos líderes do movimento “Aezão”, que militava pela eleição do tucano e do governador Luiz Fernando Pezão. Neste ano, porém, Jorge Picciani costurou uma aproximação com o Palácio do Planalto.
Leonardo Picciani virou interlocutor do governo e despontou como possível candidato à sucessão de Eduardo Cunha na presidência da Câmara. Jorge Picciani também emplacou o filho caçula, Rafael Picciani, como secretário do prefeito carioca, Eduardo Paes. Favorecidos com recursos federais para obras das Olimpíadas de 2016, Pezão e Paes são defensores declarados da manutenção da aliança do PMDB com o PT e também se posicionam publicamente contra o impeachment. A ala fluminense do PMDB é uma das antagonistas do vice Michel Temer no partido.