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O super-Brandão é ainda mais polivalente do que se sabia

Leiam o que vai abaixo. Volto depois: No Globo Online: Petrobras: advogado de Rafael Brandão admite terceirização O advogado das três empresas dos Almeida Brandão – que juntas fizeram convênios de R$ 12,5 milhões com a Petrobras só no ano passado – afirmou nesta quinta que pelo menos uma das firmas pode ter terceirizado os […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h14 - Publicado em 24 jul 2009, 17h22

Leiam o que vai abaixo. Volto depois:

No Globo Online:
Petrobras: advogado de Rafael Brandão admite terceirização

O advogado das três empresas dos Almeida Brandão – que juntas fizeram convênios de R$ 12,5 milhões com a Petrobras só no ano passado – afirmou nesta quinta que pelo menos uma das firmas pode ter terceirizado os serviços prestados à companhia ou a qualquer outra empresa. Segundo Hariman Araújo, a Sibemol, a Guanumbi e a R.A.Brandão funcionam no mesmo endereço, na praça Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, local visitado pelo GLOBO quarta-feira. Telma Almeida Brandão e seus filhos, Raphael e Luiz Felipe, trabalham no local, segundo o advogado, mas não têm ido porque estão abalados com o noticiário em torno das três empresas.

Nos endereços declarados à Receita Federal, as empresas não existem. A Guanumbi e a R.A. Brandão, segundo a Receita, deveriam funcionar em uma casa residencial em Jacarepaguá. Já no endereço da Sibemol existe um canil, como mostrou reportagem do GLOBO na última terça-feira.

Perguntado sobra a ausência de estrutura para a realização de projetos sociais como o “Quilombos Cariocas”, pelo qual a Petrobras desembolsou R$ 120 mil, Hariman afirmou: “A Sibemol tem que prestar o serviço e pode terceirizar para que ele seja feito”, disse o advogado, do escritório H.B. Cavalcanti e Mazzillo Advogados. Segundo ele, os contratos, que vão de patrocínio ao Dia Mundial do Meio Ambiente a assessoria na área nuclear, “estão incluídos no objeto social da empresa”. O volume alto de contratos com a Petrobras, diz ele, se justifica pela “gama enorme de atividades culturais” da estatal.

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O advogado sustenta, em nota, que as firmas estão “devida e regularmente constituídas e registradas, exercendo suas atividades com as autorizações pertinentes”. Ele afirma que elas atuam no ramo de “produção de eventos, entretenimento e representação” e que gozam de “excelente reputação e conceito em suas áreas, notadamente pela excelência e padrões de qualidade dos serviços prestados”.

Para defender Telma, Raphael e Luiz Felipe, Hariman disse que as firmas foram parceiras de grandes empresas e citou a Rede Globo (na realização de shows de “grandes artistas” e no Réveillon do Piscinão de Ramos, em dezembro de 2008), a editora Abril, o Banco Itaú e a construtora Norberto Odebrecht. “Em todos esses anos, as mencionadas pessoas jurídicas jamais foram alvo de qualquer medida, ação ou investigação judicial ou criminal, pois sempre honraram e cumpriram os contratos firmados”, diz a nota.

Outra empresa não funciona em endereço declarado
Nesta quinta, O GLOBO visitou mais um endereço declarado à Junta Comercial de outra empresa que recebeu recursos da Petrobras, num total de R$ 3,13 milhões – o da R.A. Silva Cabral Produções. Em lugar da firma, a sala 810 da Avenida Treze de Maio 33, um edifício comercial do Centro da cidade, abriga um escritório de advocacia. Seus funcionários e advogados garantem que nunca ouviram falar da R.A. Silva Cabral, bem como do dono da empresa de produções artísticas, Rodrigo Azevedo Silva Cabral, que nunca foi cliente do escritório. Segundo eles, há anos o escritório recebe correspondências endereçadas à R.A., razão pela qual alertaram os Correios para o que acreditavam ser um simples engano. A empresa de Rodrigo, mesmo com a localização incerta, emitiu 50 notas para a Petrobras.

Comento
É impressionante!

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A R. A. Brandão divulgou uma nota afirmando que prestou serviços para a TV Globo — show de artistas e evento no piscinão de Ramos — e para a revista Playboy, editada pela Abril (algo a ver com fotografia, sei lá…). O subjornalismo de aluguel imediatamente saiu gritando: “E agora? E agora? O que vão dizer?” A rataiada veio em peso para o blog: “E agora? E agora?”

“E agora o quê?” Isso só mostra que Raphael de Almeida Brandão é ainda mais polivalente do que eu já havia constatado aqui. Além de lidar com serviços na área nuclear (!!!), fazer bufê em obras de terraplenagem, ter os direitos sobre um livro de MV Bill, também organiza festas e atua, parece, na área de fotografia ou coisa do gênero.

Digam aí uma coisa qualquer, e Brandão faz. Sendo como diz seu advogado, a investigação sobre a atuação da empresa só vai constar a sua idoneidade e multiplicidade, a despeito de alguns problemas que parecem relevantes. O propósito da nota parece claro, não? Se prestou serviço para a Playboy e para a TV Globo, então agora ninguém mais toca no assunto. E, no entanto, observem que a nota nada diz sobre o fato de as empresas não estarem onde deveriam estar.

Mais: a canalha subjornalística é mesmo ruim da lógica. É que seu público não precisa disso. Eles se contenta com capim. Se a R. A. Brandão prestou um serviço num evento da TV Globo ou da Playboy, isso parece de acordo com o seu objeto, não?, a saber, segundo seu próprio advogado: “produção de eventos, entretenimento e representação”. Formidável é que uma mesma empresa ou grupo atue num entretenimento no piscinão de Ramos e depois vá prestar assessoria na área nuclear ou fazer bufê em obra de terraplenagem. Além, como sabem, de deter os direitos da obra de MV Bill, o “Mensageiro da Verdade”.

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A propósito: onde ficam mesmo as empresas?

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