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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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O resultado burro colhido pelo Ibope Inteligência. Ou: A tolice sobre a reforma política e o financiamento público, com a chancela da OAB!

Não sei se notaram. Voltei das minhas férias ainda menos disposto a condescender com a estupidez — se é que havia antes algum espaço para isso. Refiro-me à prontidão mesmo para recusar o que deve ser recusado. Leio no Estadão que uma pesquisa feita pelo Ibope Inteligência (não acompanhei esta questão: existe algum outro, sem a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h40 - Publicado em 6 ago 2013, 19h17

Não sei se notaram. Voltei das minhas férias ainda menos disposto a condescender com a estupidez — se é que havia antes algum espaço para isso. Refiro-me à prontidão mesmo para recusar o que deve ser recusado. Leio no Estadão que uma pesquisa feita pelo Ibope Inteligência (não acompanhei esta questão: existe algum outro, sem a “Inteligência”?) aponta que 92% dos brasileiros são favoráveis à reforma política; 80% querem que as mudanças valham já para 2014.

Santo Deus! A pesquisa foi encomendada por um tal MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), do qual faz parte a OAB. O MCCE é autor da proposta de inciativa popular que recebe o apelido de “eleições limpas”! Eles querem o fim da doação de empresas a campanhas políticas, o que teria o apoio de 78% dos que responderam à pesquisa; a contribuição privada ficaria limitada aos indivíduos.

O resultado da pesquisa do Ibope Inteligência é burro. Não porque eu discorde dele, mas porque o instituto, a pedido do tal movimento, foi às ruas colher as flores do óbvio. Ora, num momento de inédito descrédito da política, o que vocês acham que diriam os entrevistados quando indagados se são favoráveis a que isso mude? Se o Ibope Inteligência indagar se as pessoas são contra ou a favor a Lei da Gravidade, estou certo de que o resultado será inferior a 92%.

O mesmo se diga da pergunta — não sei como foi formulada — sobre a doação de empresas privadas. Os que responderam sabem que, sem as empresas privadas:
a: o dinheiro que vai financiar as eleições sairá dos cofres públicos — leia-se: do bolso delas?
b: sem haver mecanismos para coibir as doações ilegais — e não há —, vai aumentar o caixa dois de campanha. É preciso ser muito energúmeno para não constatar o óbvio.

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Esse é o pior aspecto desses momentos de transe, em que a gritaria e o alarido superam qualquer manifestação de racionalidade.

O tal projeto que conta com o apoio da OAB traz ainda um outro mimo: a eleição em dois turnos para o Legislativo, o que faz o custo da operação alcançar dimensões astronômicas. Num primeiro momento, o eleitor escolheria o partido; estabelecido o número de cadeiras, votaria, então, no candidato. Que eu saiba, seria, assim, uma coisa bem jabuticaba, entendem?, que só vicejaria no Brasil. O outro produto tipicamente nativo é a besteira.

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