O PT e mais um de seus casos suspeitos…
Por Vera Rosa, no Estadão:A investigação da Polícia Federal que ameaça ferir de morte o secretário de Relações Institucionais do PT, Romênio Pereira, preocupa a cúpula do partido e o Palácio do Planalto. Motivo: a suspeita de que Romênio integra um esquema de desvio de verbas públicas, levantada pelo Ministério Público, atinge o PT em […]
A investigação da Polícia Federal que ameaça ferir de morte o secretário de Relações Institucionais do PT, Romênio Pereira, preocupa a cúpula do partido e o Palácio do Planalto. Motivo: a suspeita de que Romênio integra um esquema de desvio de verbas públicas, levantada pelo Ministério Público, atinge o PT em plena campanha eleitoral e põe mais uma vez o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na berlinda, no rastro da Operação João-de-Barro, comandada pela PF.
Pressionado, Romênio pediu afastamento de suas funções na Executiva do PT por 60 dias, mas petistas temem que o caso volte a desgastar o partido e ressuscite a pecha de corrupção que abalou a sigla após o escândalo do mensalão, em 2005. Além disso, as denúncias serviram para atiçar a guerra interna entre correntes do PT. O espinhoso assunto contaminará na quarta-feira a reunião da Executiva, antes marcada apenas para discutir eleições.
Adversários de Romênio no partido afirmam que a acusação causará impacto na campanha da deputada Maria do Rosário (RS), candidata do PT à Prefeitura de Porto Alegre (RS), em segundo lugar nas pesquisas. O argumento para essa conclusão é simplista: apesar de não ter sido citada no episódio, Rosário integra o integra o Movimento PT, mesma tendência de Romênio. Trata-se de uma ala de centro no mosaico ideológico do petismo, também reforçada pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP).
Na outra ponta, aliados do secretário licenciado dizem nos bastidores que haverá troco se o antigo Campo Majoritário e a Democracia Socialista engrossarem com Romênio, porque o Movimento PT fará barulho para pedir a punição de dirigentes desses grupos, também citados em suspeitas de irregularidades. Na prática, porém, a direção do partido não quer mexer nesse vespeiro, muito menos na temporada de eleições.